quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Rafinha foi um dos destaques alviverdes em 2010

O Paraná on line trás uma materia especial contando a breve e vitoriosa trajetoria de Rafinha no futebol paranense. Em minha opinião o melhor jogador do ano de 2010.

Redação

Allan Costa Pinto

Primeiro, Rafael da Silva Francisco queria jogar futebol. Era difícil, pois seus “donos” não permitiam. Quando permitiram, ele começou a se divertir. Quando ficou divertido, de novo foi impedido.

Foi assim até 2009, quando Rafael apareceu em Curitiba, tornou-se Rafinha e virou um dos principais jogadores do Paraná Clube. A partir daí, jogar futebol ficou legal.

Para ele, ficou mais ainda neste 2010, indo para o Coritiba, sendo talvez o jogador mais regular do futebol paranaense na temporada e virando ídolo alviverde no elenco que garantiu o retorno à Primeira Divisão.

Para ficar perfeito, resta apenas a confirmação de sua “liberdade” e a renovação de contrato com o Coxa. Rafinha é um dos exemplos mais claros da nova realidade do futebol brasileiro, após a Lei Pelé.

Quando foi contratado pelo São Paulo, sonhava com a chance de brilhar no clube mais rico do País. Queria embarcar no sonho das conquistas de Brasileiros, de Libertadores, do Mundial. Ora, e quem não iria querer?
Mas o jogador nunca se firmou no Morumbi. Jogou pouco, quase nada com a camisa são-paulina. Os torcedores devem estar se perguntando, ao ver Rafinha no futebol paranaense, se não há lugar no time para o meia-direita de toques e dribles rápidos, de bom posicionamento, vitalidade e dedicação - certamente no elenco tricolor há.

Mesmo assim, ele sempre acabou como moeda de troca. No caso do Coritiba, a vinda do armador foi facilitada pelas transferências de Marcelinho e Carlinhos Paraíba. E a torcida coxa festeja o negócio até hoje.
Rafinha foi o primeiro reforço contratado pelo Cori na temporada 2010. No momento mais delicado do clube em sua história, ele não se preocupou com a possível pressão que os atletas receberiam.

Certamente sabia que seu nome era uma unanimidade no Alto da Glória, do técnico Ney Franco aos dirigentes e torcedores. Vestiu a camisa 7 e não a perdeu mais durante o ano - nem mesmo Tcheco, trazido a peso de ouro e consagrado no clube com a 7, teve moral para assumir o número e ficou com a 8 quando era titular.

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Mostrou serviço do primeiro ao último jogo deste ano. Foi decisivo na conquista do Campeonato Paranaense, quando ainda havia muita desconfiança sobre o novo elenco alviverde e mesmo sobre a permanência de Ney Franco.

Liderou o time no Estadual ao lado de Marcos Aurélio e Leandro Donizete e festejou logo em cima do Atlético seu primeiro título com a camisa coxa. Na Série B, teve alguns percalços (como o excesso de advertências), mas manteve a regularidade, foi um dos artilheiros do time na competição e hoje é peça fundamental em qualquer time que o Cori vá montar.
Por isso o clube entrou de vez na luta pela “alforria” de Rafinha. Mobilizou advogados, buscou guarida em especialistas de fora do Couto Pereira e partiu para encontrar uma brecha que permitisse ao jogador se desvincular do São Paulo.

Conseguiu-a na falta de depósito do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) nos tempos de Paraná - o Tricolor paulista, como dono dos direitos federativos, acabou envolvido na história.

Rafinha, neste momento, tem uma liminar na Justiça do Trabalho que o permite jogar onde quiser. Espera a decisão final já com um pré-acerto com o Coritiba. Afinal, foi no Estado do Paraná que ele conseguiu se libertar e fazer o que mais gosta: jogar futebol.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Boas perspectivas para 2011

As novas: contratações, subidas, renovações e patrocínio para 2011

qua, 22/12/10

por luiz.carlos |

categoria Coritiba, Elenco

| tags Coritiba, Elenco, Entrevista Coletiva, Marketing

Colaboraram os fieis torcedores Coxas-Brancas Matheus Schier Brock e Pedro Teruo Mendes Okazaki

A diretoria do Coritiba fez uma entrevista coletiva à imprensa na manhã dessa quarta-feira, 22, para anunciar a renovação de patrocínio e a contratação de atletas para a temporada 2011. Estavam presentes o vice-presidente Vilson Ribeiro de Andrade e os diretores Carlos Zanetti e Ernesto Pedroso Jr. Também foi convidado à compor a mesa o superintendente executivo do Coxa, Felipe Ximenes.

Entre os pontos abordados, foi anunciado a renovação de patrocínio com a Ira por mais dois anos e a contratação de atletas para a temporada 2011: Emerson (zagueiro, contrato de 3 anos), Eltinho (lateral, contrato de 4 anos) e Davi (meia-ofensivo, contrato de 1 ano), todos ex-Avaí.

O Verdão adquiriu 50% dos direitos econômicos do volante Léo Gago. A situação de Rafinha segue encaminhada para a renovação, mas há pendências junto a CBF, que está em férias. Os dirigentes do Cori destacaram que tem mais dois reforços negociando, um deles que pode ser anunciado até amanhã.

Na coletiva, os dirigentes coritibanos informaram que os atletas Lucas Claro, zagueiro, Djair e Dudu, meias, subiram dos Juniores para o time principal.

  • 57

    Carlo Ramirez:
    22 dezembro, 2010 as 22:04

    Luiz.
    Preciso dar o meu pitaco.
    Gostei das decisões da diretoria.
    Gostei do Leo, Leonardo, Marco A, Tcheco..,enfim todos que renovaram…estou acompanhando o debate sobre a lateral direita: chegou a hora do Fabinho Souza e ainda tem o Willian que foi bem por este lado. Caso não encontre nenhum nome, estes dois precisam de tempo e tenho a impressão que darão conta do recado….
    os reforços foram bons….gostei dos tres: Davi, Eltinho e Ermersom…acho q o time pode estar em boas mãos, precisamos dar tempo ao técnico. Gosto muito daquela pérola do Romario: “técnico bom é aquele que não atrapalha”..so para descontrair…rss.
    Abraço

    ***

    Professor, sinta-se em casa, sempre.

    Eu entendo. E concordo. Agora, é dar tempo ao tempo. Tem que ver o time jogar. De seis a oito jogos consecutivos bastam para ver até onde o time poderá ir com o elenco.

  • 56

domingo, 12 de dezembro de 2010

Vitória do Sub-20

Gosto de acompanhar estas participações em grandes eventos. Sinto falta destes jogos nas preliminares do time adulto ou principal. E muito bacana acompanhar o futuro em campo.

-------------------------------------------------------------Do site oficial do Coritiba.

1/12/2010 - 20h20
SUB-20 VENCE AVAÍ E ASSUME A LIDERANÇA DA CHAVE
CORITIBA FAZ 3X1, SOMA SETE PONTOS E AGORA É LÍDER DA CHAVE 2 NO BRASILEIRINHO

Sub-20 vence Avaí e assume a liderança da chave

O Coritiba venceu na tarde deste sábado a equipe do Avaí por 3x1 e assumiu a liderança da chave 2 do Brasileiro Sub-20. Esta foi a 3ª rodada do campeonato e o Alviverde só tem mais uma partida pela primeira fase da competição.

Com o mesmo time que venceu o Santos por 2x0 na quinta-feira, o Alviverde entrou em campo nesta tarde. E logo aos seis minutos abriu o placar com Vinícius, que cobrou falta pela esquerda e marcou um bonito gol. Coxa 1x0 Avaí.

Aos 15', Jânio recebeu cruzamento na área e quase ampliou de cabeça. Após o lance, o atacante coxa-branca saiu de campo sentindo lesão e deu lugar a Andrezinho.

Aos 35' o Coritiba fez mais um. Djair fez boa jogada em contra-ataque, tocou para Getterson que finalizou e, no rebote, Vinícius foi derrubado dentro da área. Na cobrança do pênalti Dudu tocou com categoria para o gol e fez 2x0.

No segundo tempo, já aos 11 minutos, o técnico Marquinhos Santos fez mais uma alteração no time, colocando Wilson Jr. no lugar de Getterson. Em três minutos em campo, o atacante fez o terceiro gol do Coxa. Na jogada, Edu Welter fez o lançamento, Wilson Jr. recebeu, driblou o marcador e balançou a rede.

Durante o jogo, Marquinhos fez mais três alterações: entraram Tatuí, Luizinho e Rafinha nos lugares de Dudu, Gustavo e Vinícius. Ao final da partida, já aos 39', o Avaí diminuiu em cobrança de falta. Fim de jogo: Coxa 3x1.

Com o resultado, o Coritiba assume a liderança da chave, com sete pontos; o segundo colocado, Fluminense, tem seis pontos e uma partida a menos.

A próxima rodada passa a ser decisiva para o time coxa-branca, que fará seu último jogo na primeira fase da competição. Coritiba e Fluminense se enfrentam na segunda-feira (13), às 19h30.

O Coxa precisará garantir o resultado e a classificação neste confronto entre líder e vice-líder, já que folgará na última rodada da 1ª fase. Classificam-se para a próxima etapa do Brasileirinho as duas melhores equipes de cada grupo.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Opinião: Luiz Claudio Massa

300

Viés de alta

Não pode passar despercebido: foi instituído um plano previdenciário para garantir o futuro da boleirada. Quem vai administrar é a poderosa Petros. Basta uma parcela da grana que recebem agora para garantir segurança depois de pendurar as chuteiras. Vale a pena. Por enquanto só alguns sindicatos de atletas patrocinam o fundo. No Paraná, é claro, ninguém mexeu uma palha. Ainda dá tempo.
O mercado de jogadores está em viés de alta, como dizem os economistas. Caso os clubes fossem fundos de investimento era hora de ficar quietinho, não especular nem colocar dinheiro novo nos negócios. Por um jogador mediano pedem o valor de um craque. Como temos poucos craques por aqui, esse tipo de mercadoria, então, é inalcançável.
Mas a corrida por reforços é grande. Os clubes compram na alta mesmo. Fazer o quê? Bastou alguém demonstrar interesse por uma promessa ou daqueles para "compor o grupo", que o empresário já alardeia o interesse de mais dois ou três clubes. Puros factóides.
Dos meias habilidosos, o tal camisa 10, poucos que jogam por aí, mostraram excelência. Weslei - aquele do Grêmio Prudente que chutou o traseiro do Manoel e acabou expulso - e Ivo, da Ponte Preta, são boas apostas. Davi, da L.A., talvez seja.
Vilson Ribeiro de Andrade queria ter anunciado mais nomes, mas não conseguiu "fechar" com todos. Apesar disso, as renovações foram importantes. Marcelo Oliveira tem por onde começar. Os esforços para ter Rafinha e Léo Gago continuam. Pro Regional o time fica com uma cara boa. Pra série A, ainda é pouco.
Aquino teve todas as chances no Atlético e não se firmou. Vai precisar jogar muito para conquistar o Alto da Glória. É uma aposta, assim como o desconhecido Jonas do Inter. Dos nomes especulativos, a experiência de Iarley seria bem-vinda.
Eltinho é certeza. Apesar de garoto já rodou por aí e fez um ótimo campeonato no Avaí. Emerson, o zagueiro, é ídolo por lá. Se vier, será uma importante contratação. A torcida do Leão da Ilha vai bronquear.

MERCADO DA BOLA

Grandes noticias para a nação alvi-verde. O Coritiba, ira iniciar o ano de 2112, com a sua base definida. Não me lembro quando foi a ultima vez que isto aconteceu e si aconteceu. Um grupo bastante forte que tende a se fortalecer com as novas contratações: Anderson Aquino, que vem muito bem recomendado, mais os jogadores do Avaí, o zagueiro e capitão, o meia que era paquera antiga e o lateral Eltinho, outro muito bem recomendado.

Entretanto, algumas rádios e mesmo no twiter, especulavam sobre o meia armador que jogou este ano no São Caetano e que vi jogar contra o Coxa, naquela derrota, lá em SC. Muito bom jogador e seria uma peça fundamental no meio campo do Coritiba.

Coritiba anuncia renovações de “meio time” para 2011

Apenas Anderson Aquino é anunciado oficialmente como reforço; Demais jogadores aguardam fim de vínculo com Avaí e Internacional

10/12/2010 | 15:45 | LEONARDO BONASSOLI, COM INFORMAÇÕES DE CARLOS EDUARDO VICELLI E MARCIO REINECKENatualizado em 10/12/2010 às 17:25

O Coritiba anunciou em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (10) a renovação dos contratos de praticamente meio time que o representou em 2010 para 2011. Com isso, o Verdão manterá a base. Apenas um dos reforços foi anunciado: Anderson Aquino, recém-desvinculado doAtlético e que disputou a Série B pelo Paraná. Os demais esperarão a desvinculação do Avaí e um jogador virá do Internacional.

Os atletas com as renovações anunciadas são Leonardo – agora em definitivo no clube, Marcos Aurélio, Triguinho, Bill, Pereira, Tcheco, além do retorno de Renatinho, que estava emprestado ao Atlético Goianiense. As negociações da renovação de Léo Gago e Dudu ainda estão em curso, enquanto que Enrico, que interessava ao clube e é vinculado ao Vasco, tem proposta do exterior e dificilmente continuará. A contratação em definitivo de Rafinha depende de trâmites administrativos da CBF.

Anderson Aquino, vindo da base do Atlético, com passagens por Goiás, Sport, Olimpi Rustav e finalmente Paraná, será o único reforço anunciado. Emerson, Davi e Eltinho – vindos do Avaí – e Jonas – ligado ao Internacional – aguardam o fim do vínculo com seus clubes para poderem ser anunciados oficialmente. Porém, o vice-presidente do clube, Vilson Ribeiro de Andrade, disse as características exatas dos jogadores durante a coletiva. O clube ainda deve anunciar no dia 3 de janeiro, na reapresentação, um meia para substituir Enrico.

Quem renovou

Leonardo, jogador que era ligado ao Avaí, teve 50% dos direitos econômicos comprados pelo Coritiba, sendo que agora passa a ter vínculo de três anos com o Alviverde. O atacante chegou ao decorrer da Série B com a responsabilidade de substituir Ariel Nahuelpán, que saiu do clube de forma litigiosa. Mesmo jogando parte do campeonato, fez oito gols, menos apenas que Rafinha e Marcos Aurélio, artilheiros da equipe na competição.

Marcos Aurélio é mais um que continua na equipe. O atacante, artilheiro da equipe na Série B, ao lado Rafinha com dez gols, foi eleito o craque do Campeonato Paranaense vencido pelo Verdão. O jogador chegou ao clube em 2009 e partirá para a terceira temporada consecutiva pelo clube.

Triguinho chegou ao Coritiba em 2010. Quando vivia seu melhor momento no clube, sofreu uma fratura num choque com o goleiro Fernando do Bahia. “O Triguinho fica por motivos óbvios, não poderia abandonar ele jamais num momento desses”, disse o vice-presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, em entrevista à Gazeta do Povo.

O centroavante Bill foi outro que teve uma lesão grave durante a temporada. Reserva do ataque, fez gols importantes na Série B. O jogador é ligado ao Corinthians. O Coritiba é o segundo clube paranaense da carreira do jogador, que já defendeu a Adap-Galo em 2007 e 2008.

O zagueiro Pereira é um dos mais experientes do elenco do Coxa. O jogador com passagens por Santos e Grêmio chegou ao Coritiba em 2009. O zagueiro é conhecido pelo jogo forte e pelos importantes gols de cabeça.

Tcheco não foi titular absoluto em seu retorno ao Coxa, 7 anos depois da primeira saída, mas o meia fez alguns gols importantes . Nesta temporada, o meio-campista havia vindo de um período de inatividade no Corinthians.

Renatinho volta de empréstimo

O meia Renatinho volta do empréstimo ao Atlético Goianiense. O jogador, importante no título paranaense, perdeu espaço durante a Série B. No Dragão, fez boas partidas sob comando de René Simões, técnico que já o conhecia. Renatinho chegou a barrar o meia Elias, principal nome do time goiano.

Negociações em andamento

A renovação com Léo Gago está em negociação. O Vasco fez propostas para a compra de parte dos direitos do jogador e o Coritiba apresentou uma contra-proposta, respondida em seguida pelo clube carioca. O Coritiba tenta o parcelamento da aquisição. Léo Gago chegou emprestado na metade da temporada e deu maior poder de fogo ao meio de campo, principalmente com seus chutes de média e longa distância.

Enrico, porém, não deve ficar. O meia, também ligado ao Vasco, fez uma excelente temporada após oscilar no começo. Foi fundamental para o Coritiba, sendo escalado em diversas posições do time. Enrico possui, segundo Vilson Ribeiro de Andrade, propostas do futebol do exterior.

A situação de Rafinha, para muitos o principal jogador da equipe no segundo semestre, é mais fácil. O atleta conseguiu na Justiça a sua desvinculação do São Paulo e agora só aguarda trâmites burocráticos da CBF para poder assinar.

Outro jogador com renovação em negociação é Dudu. O jovem meia ainda depende de negociação com o Cruzeiro, porém, teria deixado a intenção de continuar.

Os reforços do Coritiba

Anderson Aquino foi o único jogador confirmado na entrevista coletiva. O atacante revelado pelo Atlético e que tem vínculo se encerrando com o Furacão no final do ano fará 24 anos no dia 18 de dezembro. Na Baixada, não teve grandes oportunidades, sendo seguidamente emprestado, passando por Sport, Goiás, Olimpi Rustav da Geórgia (onde foi artilheiro do nacional) e Paraná Clube. “Definitivamente tem uma referência muito boa. Artilheiro e, no exame médico que fez, o problema da lesão está superado”, disse Vilson Ribeiro de Andrade.

Os outros jogadores que devem ser anunciados em breve foram descritos por Vilson Ribeiro de Andrade, exceto o lateral-direito Jonas, vindo do Internacional, e que jogou o Campeonato Brasileiro pelo Vitória. Nenhum deles teve o nome citado oficialmente na coletiva. Emerson, zagueiro do Avaí, foi chamado “jogador alto, de bom cabeceio e estilo clássico”. Davi, meia do Avaí com passagem pelo Paraná, foi descrito como “jogador clássico”. Eltinho, lateral do Avaí revelado pelo Paraná, foi citado como “jogador interessante e jovem com 4 anos de contrato”.

Eltinho já falou como jogador do Coritiba já na quinta-feira e o vice-presidente comentou na coletiva. “Se ele falou, é verdade. Mas eu prefiro não anunciar oficialmente por questões éticas”, afirmou Ribeiro de Andrade.

domingo, 5 de dezembro de 2010

sábado, 4 de dezembro de 2010

1 ANO, e ninguem foi punido

SEGURANÇA

Impunidade marca selvageria do Couto

Responsáveis por violência seguem livres e frequentando o Alto da Glória. Episódio completa um ano nesta segunda-feira

Publicado em 05/12/2010 | CARLOS EDUARDO VICELLI E MARCOS XAVIER VICENTE

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A selvageria que marcou o rebaixamento do Coritiba em 2009, com a invasão do gramado do Couto Pereira por parte da torcida e a consequente briga generalizada com a polícia, completa um ano nesta segunda-feira. Aniversário pálido. O episódio desencadeou em uma série de iniciativas do poder pú­­blico na tentativa de amenizar a violência no futebol, mas, concretamente, pouca coisa saiu do pa­­pel. E o que é pior: os protagonistas da batalha campal estão todos livres, a pedido da Justiça, muitos deles frequentando as arquibancadas do Alto da Glória.

Reimackler Alan Graboski e Gilson da Silva, os últimos dois torcedores que cumpriam pena no Centro de Triagem de Pira­­qua­­ra, na região metropolitana de Curitiba, foram liberados em ju­­nho, cerca de seis meses após a pancadaria. No total, 17 pessoas foram detidas por causa da confusão. “O Reimackler está solto, em liberdade provisória, porque não tentou matar ninguém. As cenas mostram apenas ele an­­dando de um lado para o outro do campo”, afirma o advogado Faus­­to Luís Arriola de Freitas, responsável pela defesa do ex-vice-presidente da Império Alviverde, principal organizada do Coxa.

Facções

As três principais orga­­nizadas de Curitiba um ano após os incidentes do Couto Pereira:

Império Alviverde

Em rota de colisão com a diretoria, a torcida não pode entrar no Couto Pereira com camisas e adereços, o que rendeu troca de farpas recentes com os dirigentes do clube. Entrou com uma ação na Justiça para tentar recuperar o direito de expor sua marca na arquibancada. Caso não saia vencedora, promete seguir nas contestações ao atual grupo administrativo coxa-branca. “O que está acontecendo é uma hipocrisia”, diz Luiz Fernando Corrêa, o Papagaio, presidente da Império.

Os Fanáticos

Um grupo de torcedores, chamado de Zona Sul, deixou a torcida, se in­­corporando à Ultras, a outra unifor­­mizada atleticana. A saída resultou em rixa. Se tornou comum as duas facções trocarem xingamentos e pontapés fora do estádio. Julião da Caveira, vereador de Curitiba pelo PSC, se licenciou temporariamente da presidência da Os Fanáticos.

“A cobrança aumentou, assim como a nossa responsabilidade”, afirma o vice-presidente Juliano Rodrigues.

Fúria Independente

Se envolveu em recente polêmica com a diretoria do Paraná por não admitir que o clube vendesse ingressos mais baratos que a própria organizada, que recebe cerca de 300 tíquetes por jogo para comercializar – e ajudar a manter sua estrutura. Sobre o que mudou após o episódio do Couto Pereira no ano passado, silêncio. Ninguém da facção quis se pronunciar.

Entre as leis que não vingaram está a proposição dos vereadores de Curitiba, Tico Kuzma (PSB), Roberto Aciolli (PV) e Ju­­liano Borghetti (PP). Sancionada pelo então prefeito Beto Richa (PSDB) em janeiro, ela prevê a identificação dos torcedores que frequentam os estádios da cidade com capacidade superior a 15 mil pessoas – por meio de documento oficial e fotografia no momento da compra do ingresso.

Os clubes, porém, deram de om­­bros para a resolução. Apenas o Atlético se readaptou. Para o Co­­ritiba, falta regulamentação à lei. Já o Paraná bate na tecla da inconstitucionalidade. “Acredito que a prefeitura ainda pode revogá-la”, diz Alessandro Kishino, ad­­vogado que representa o Tri­­color. “Não pegou”, emenda Vil­­son Ribeiro de Andrade, vice-pre­­sidente alviverde.

Além de improdutiva, a iniciativa municipal foi deformada. Fãs proibidos de entrar em praças esportivas encontram uma solução para driblar o decreto: pedem para outras pessoas comprarem os tíquetes, o que permitiu o re­­torno de vários dos vândalos de 6 de dezembro, conforme apurou a Gazeta do Povo. “Vou cobrar da secretaria de Urba­­nismo [responsável pela aplicação da lei] um posicionamento, quero saber o que está acontecendo. É lamentável que não esteja dando certo”, comenta Tico Kuzma.

O governo federal e o Mi­­nis­­tério Público (MP) também estudam mecanismos para devolver a paz aos estádios. Sobre a mesa do MP repousa um Termo de Ajus­­tamento de Conduta (TAC) que delibera sobre o comportamento das uniformizadas. Não há previsão, porém, de quando a iniciativa, um pedido das torcidas, será regulamentada.

Procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Paraná, Olympio de Sá Sotto Maior Neto diz acreditar mais na instalação de juizados especiais nos estádios em dias de jogo, prevista para acontecer no próximo Cam­­peo­nato Paranaense, a partir de 16 de janeiro. De acordo com ele, esses juizados permitirão que os casos de violência cometidos nos campos ou nas proximidades se­­jam averiguados de imediato. Outra vantagem, segundo o procurador, é que tanto os juízes quanto os promotores poderão se especializar nos temas relacionados à violência no futebol. “A resposta tem de ser diferenciada em relação a outros delitos”, avalia.

No cenário nacional, o Mi­­nistério do Esporte trabalha em duas outras frentes. Reformulou o Estatuto do Torcedor e criou o projeto Torcida Legal. Sancio­­nado em julho pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o novo estatuto prevê, entre outras medidas, o impedimento de as organizadas entrarem em estádios por até três anos. Ainda não houve punição deste gênero no país.

Já o Torcida Legal, cujo lançamento estava programado para o segundo semestre deste ano, foi adiado por questões burocráticas. O governo federal deu início apenas agora ao processo de licitação da compra de equipamentos para a identificação dos torcedores, que poderá ser feita por meio da íris ocular, palma da mão, digital ou reconhecimento facial.

O poder executivo estima gastar entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões com cada estádio dos 20 clubes da Série A. “A intenção é colocar em funcionamento no próximo Campeonato Brasileiro. A situação já melhorou, mas queremos ser referência no assunto”, ressalta Alcino Reis Rocha, assessor especial de futebol do Mi­­nis­­tério do Esporte, indicando que o projeto deve começar pelo Couto Pereira.

Reação atenuou vandalismo

Apesar das leis inócuas e da morosidade da Justiça, a Polícia Militar exalta a sensível diminuição do nú­­mero de ocorrências relacionadas ao futebol neste ano. “Ne­­nhu­­ma grave”, diz o coronel Marcos Scheremeta, comandante do batalhão da capital. “O que temos ainda são invasões e quebras de ônibus, de estações-tubo. Mas até isso melhorou muito”, emenda, creditando a evolução a três fatores: po­­liciamento preventivo, mudança no comportamento do torcedor e do próprio policial. “Os soldados precisaram entender que futebol não é guerra, e que os bons não po­­dem pagar pelos maus.”

A estatística da PM é a mesma da Urbs. De acordo com a autarquia responsável por administrar o transporte público em Curitiba, o número de veículos depredados em dias de jogo caiu consideravelmente. Neste ano 105 ônibus fo­­ram danificados, contra 171 em 2009 (veja mais detalhes ao lado). “Me parece que a população está mais consciente”, comenta Marcos Isfer, presidente da Urbs. “As depredações resultam em um custo brutal para o sistema. Quem quebra não pode reclamar do aumento da passagem”, segue.

Isfer planeja melhorar ainda mais os índices em 2011. Se a burocracia permitir, a ideia é instalar equipamentos de filmagem nos ônibus.

Mesmo raciocínio tem o coronel Scheremeta. Para ele, a tendência é que medidas como a cria­­­­ção de cinturões próximos aos estádios, restringindo o acesso do público – apenas moradores e quem tem ingresso recebem permissão para circular nas áreas –, e a implantação de juizados especiais nos complexos es­­por­­tivos façam com que o mau tor­­­­cedor pense várias vezes antes de agir.