segunda-feira, 28 de junho de 2010

Brasil 3 X 0 Chile

0,,42558125-EX,00 Foto: Globo.com

Mais um grande vitória na COPA DA AFRICA. Vitoria pelo placar clássico por 3 x 0 sobre um tradicional rival sul-americano o Chile.

Jogando bem postado na defesa, equilibrado entre meio e ataque, saindo agressivamente no contra-ataque para eliminar o Chile.

No começo, o Chile evidenciou o perfil ofensivo de seu técnico, o argentino Marcelo Bielsa, que tentava marcar a frente na tentativa de atacar o Brasil. Dava a impressão que iria assombrar o Brasil com havia feito contra a temida Espanha. Esta atitude ja fora mostrada nas eliminatorias sulamericanas, e nossa seleção, ja tem o antidoto. Entretanto, a eficiente bola parada com Juan, Lucio e Gilberto Silva colocou ordem na casa. Em uma verdadeira batalha homérica na área, Lucio e Juan lutaram pela bola e este ultimo marcou o gol de abertura do placar.

Vencendo desde o inicio, a equipe ganhou confiança, e em um  contra-ataque modelo, Robinho puxou a jogada pelo lado esquerdo e serviu ao craque Kaká, que em mais uma assistência fantástica deixou Luís Fabiano na cara no gol, antes de marcar ele fintou o goleiro e fez seu terceiro gol da copa. Tenho que enaltecer a velocidade e inteligência do craque Kaká, que aos poucos vai recuperando seu melhor futebol. Neste lance, de primeira ele deixou o companheiro da cara do gol, no ultimo instante possível.

No terceiro gol, outra grande jogada individual, desta vez de Ramires, que roubou a bola no meio, conduziu com maestria  e serviu a Robinho que fez seu primeiro gol em copa do mundo.

Vitoria redentora de uma equipe que aos poucos começa a convencer a torcida brasileira. Agora que venham os fortes Holandeses.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Brasil 0 X 0 Portugal

Empate entre Brasil e Portugal evidencia problemas normais em uma seleção mal convocada.

A entrada do Júlio Batista e do Daniel Alves, demonstraram a convicção equivocada do técnico Dunga. Em um jogo com muita violência, ambos jogadores não conseguiram fazer o jogo da equipe fluir, e para piorar Dani Alves jogou mal e ainda anulou nossa melhor saída para o ataque que era o Maicon pela lateral direita, minimizada no final do jogo. Convicção do técnico Dunga, que se transforma em intransigência.

Acredito que a cobrança não pode ser depositada toda em um atuação de Julio Batista, mas sim na falta de velocidade do ataque, mesmo com o execelente Nilmar em campo, e tambem na entrada de Daniel Alves que não armava e ainda atrapalhava as jogadas de ataque do lateral direito. Pelo outro lado, Michel Bastos não justifica sua escalação, sendo que ate agora, somente aquele gol de falta no amistoso e mais nada a acrescentar á qualidade da equipe.Desta forma, sem o jogo pelos lados do campo, e qualidade no meio o resultado de 0X0 dever ser comemorada pelo "OGRO DUNGA".

Acredito que vamos jogando assim ate a final e temo pelo futuro na Copa Sediada no BRASIL, desta seleção administrada pelo coronel Ricardo Teixeira.

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Nome:Renata Juk da Silva N°:24 Série/Turma:7ªD                                     
               COPA DO MUNDO

Eu achei que o Brasil foi muito bem,pois fizeram de tudo para ganhar de Portugal.

Portugal estava atacando menos e defendendo pois eles sabem que o ataque do Brasil é forte.Eles estavam estudando todos os passes e jogadas do Brasil.

Mas não fiquei brava com o placar do jogo e nem com os portugueses pois eles se mostraram respeitando muito os brasileiros e foram bem mais educados que a Costa do Marfim bem mais.

Mais pelo menos o Brasil se classificou isso é o que importa.E até no 1° tempo e uma vez no 2° tempo falaram que :''O jogo estava parecendo jogo de XADREZ''.

  A final de contas BRASIL é

BRASIL

domingo, 20 de junho de 2010

Vitória convincente do BRASIL!!!

0,,42224887-EX,00 Vitória convincente do Brasil!!! 3 x 1 contra um grande adversário.

Aos poucos o futebol brasileiro vai encontrando seu melhor futebol.

Mesmo com o comando do perdido técnico Dunga, a equipe vai começando a engrenar. Jogando com 1 a menos, por que o Robinho não entrou no jogo, alguns jogadores mostraram toda sua categoria e desequilibram a favor do Brasil. Kaká e Luiz Fabiano desequilibraram o jogo a favor do Brasil fazendo poucas, mas decisivas jogadas.

Só entendo que defencisavemente a equipe deixou a desejar, tanto Felipe Melo, Gilberto Silva e Michel Bastos deixaram a equipe africana chegar com perigo atacando o gol defendido pelo excelente Júlio Cesar.

Com um arbitragem sofrível, o Brasil venceu e lidera o grupo, garantindo sua classificação a segunda fase.

Craque Tostão: Brasil X Costa do Marfim

Jogo difícil

Publicado em 20/06/2010 | tostão

Costa do Marfim e Portugal têm boas chances de vencer a Coreia do Norte pela diferença de mais de um gol. Por isso, empatar hoje com a Costa do Marfim é um resultado ruim, perigoso. O Brasil teria de ganhar de Portugal.

A Costa do Marfim é uma seleção alta, forte e com bom sistema defensivo. O bom ataque de Portugal foi totalmente anulado. Por outro lado, o time africano não criou chances de gol. O jogo só poderia terminar em 0 a 0.

A Costa do Marfim atua com quatro defensores, dois volantes, uma linha de três meias e um centroavante. Mas como marcou muito atrás, com nove jogadores em seu campo, esperando Portugal para contra-atacar, o centroavante ficou isolado. Hoje, Drogba inicia a partida. Ele é excepcional nas jogadas aéreas e nas finalizações.

Como a Coreia do Norte marcou muito atrás, Gilberto Silva e Felipe Melo atuaram livres. Se a Costa do Marfim fizer o mesmo, o que é provável, Felipe Melo deveria avançar mais, o que não fez contra a Coreia do Norte. A chegada de trás de um armador confunde a defesa adversária.

Certamente, os dois meias da Costa do Marfim, um de cada la­­do, vão tentar impedir os avanços de Michel Bastos e, principalmente, de Maicon. É mais um motivo para Felipe Melo chegar mais à frente. Daniel Alves e Ramires fa­­zem isso melhor. Se o Brasil não conseguir vantagem no primeiro tempo ou até nos 15 minutos do segundo, é provável que entre um ou os dois.

Nilmar é outra opção para o segundo tempo. Ele é agora o primeiro reserva de Robinho, de Luís Fabiano e até de Kaká. Robinho passaria a fazer a função do jogador do Real Madrid, como ocorreu no segundo tempo contra a Coreia do Norte.

Em uma Copa do Mundo, o controle das emoções é também decisivo. O jogador tem de ser vibrante, sem ser apressado, afoito. A ansiedade até certos limites ajuda o atleta. Há uma maior produção de substâncias químicas, e o jogador fica mais atento, mais aguerrido e com mais força muscular. É o doping psicológico.

Mas quando a ansiedade atinge níveis muito altos, o atleta fica confuso, intranquilo, passa a errar mais e a ser mais agressivo, correndo riscos de ser expulso. Dunga tem de ficar de olho em Felipe Melo.

“Quem ganha e perde as partidas é a alma” (Nelson Rodrigues).

terça-feira, 15 de junho de 2010

Vitoria na estréia

O Brasil finalmente estreou na Copa do Mundo da África do Sul vencendo a limitada equipe da Coréia do Norte. Um vitória magra, 2 X 1, contra um equipe esforçada, mas muito longe de ser um grande adversário.

Em um jogo sem criatividade, evidenciando a crise da nossa seleção. Em um jogo onde a equipe coreana deixava a nossa seleção jogar e nada produzia. Pelo lado direito, a força de sempre do lateral Maicon, que ao melhor estilo Josimar ou Nelinho, batendo ao gol fez o 1º gol do jogo, sem angulo, em uma obra de arte.

Pela lateral esquerda, Michel Bastos que só se escala no time,em função da suas cobranças de falta: Muito Pouco!!!

Kaká demostrou sua pior fase em uma carreira vitoriosa. E para piorar, o técnico Dunga, escutou a  imprensa e escalou Neymar no lugar do Kaká, jogando boa parte do segundo tempo sem um meia de armação. Deixou de lado o meia Júlio Batista, ficando sem força no meio. Eu pergunto: onde esta aquela convicção dele.

No ataque, Luiz Fabiano, um guerreiro em campo, começa a sofrer com a escassez de gols e fazer faltas seguidamente na tentativa de mostrar raça. Nos da a clara impressão de que ele pode crescer no jogo, independente da falta dos gols. E ao seu lado, Robinho, um grande jogador mas que perde tempo na tentiva de firulas sem eficiência para o crescimento da equipe.

Fico preocupo. Acho que a força da nossa seleção é inquestionável, mas a falta de jogadas de ultrapassagem dos laterais e as fintas em direção do gol me deixa preocupação.

E o que dizer do técnico Dunga, que nas entrevistas coletivas é um leão, cheio da razão, mas na beira do campo, demostra falta de comando e hesitação, ou melhor, vai no popular mesmo: cara de BUNDA!!!

sábado, 12 de junho de 2010

Fair Play

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O Barão de Coubertin, um dos mentores dos Jogos Olímpicos da era moderna, já pregava: "o importante é competir, e não vencer". A FIFA também prega conceito semelhante, incentivando o chamado "fair play", ou seja, o jogo justo, leal, ético, independentemente de vitória ou derrota. No último Campeonato Brasileiro de xadrez até 16 anos, em Catanduva-SP, tivemos um belo exemplo dessa prática.

O enxadrista Bruno Morado Rodrigues, lutando pelas primeiras posições na última rodada do torneio, jogava sua partida quando, subitamente, seu adversário sofreu um ataque de epilepsia, sendo rapidamente socorrido pela equipe de apoio do evento. O árbitro informou a Bruno, então, que este poderia vencer a partida, pois seu adversário não estava mais em condições de jogar.

Aí veio o exemplo: o jovem se recusou a vencer a partida por não achar o resultado justo, preenchendo a planilha com o resultado de empate. Uma atitude nobre, que rendeu uma homenagem ao jogador na cerimônia de premiação. Um gesto simples, aparentemente, mas que revela uma grandeza de caráter formidável.

Eu já vi de tudo - agressões entre jogadores, atitudes anti-éticas, utilização de recursos extra-tabuleiro para conseguir os melhores lances e outras artimanhas cheias de criatividade. Bruno, porém, provou que o Barão estava errado: o importante é vencer sim, mas na vida, onde uma atitude nobre vale muito mais que um xeque-mate.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

COXA, CAMPEÃO DE NOVO!!!!

Coritiba bate Atlético nos pênaltis e conquista Taça BH

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Dudu converte a cobrança decisiva após Thomas ter perdido pênalti

10/06/2010 | 17:44 | Napoleão de Almeida, especial para a Gazeta do Povo atualizado em 10/06/2010 às 18:16

A primeira decisão de título nacional Atletiba, mesmo na base, teve todas as emoções de um grande clássico entre os dois maiores rivais do Estado nesta quinta-feira. E o título foi para o Alto da Glória. A festa alviverde (como em 1985, no profissional) foi nos pênaltis: 5 a 4, após muito equilíbrio no tempo normal.

O Furacão amargou o vice-campeonato de maneira invicta – cinco vitórias e quatro empates em dois jogos. Vitória pessoal para Marquinhos Santos, técnico coxa-branca que levantou duas taças em duas decisões contra seu ex-clube.

“É uma emoção muito grande, mas acima de tudo, mostra a força do futebol paranaense, da base paranaense”, disse o treinador, antes de ser carregado pelos jogadores.

Duas horas antes da festa, o jogo apresentava outra perspectiva. Na primeira etapa, o Furacão mandou. Tenso em campo, o Coxa assistia o domínio atleticano. Bruno Forlan, pela esquerda, tentou cruzar e surpreendeu o goleiro Rafael Martins. Eram nove minutos e o Atlético saia na frente.

O segundo gol parecia perto. O Coxa não conseguia se livrar da boa marcação rubro-negra. Descontente com a produção da equipe, antes mesmo dos 30, Marquinhos Santos mexeu no Coritiba. A rivalidade e excesso de vontade deixaram o jogo mais pegado.

Com o fim da primeira etapa, tudo mudou. O Coxa voltou outro. Com cinco minutos, de bola parada, Tatuí quase empatou, enquanto o Atlético recuava demais, por opção do técnico Paulinho Castro. Com os nervos fora do lugar, Danilo, que havia entrado no Furacão ainda no primeiro tempo, agrediu Tatuí e deixou o Rubro-Negro com um homem a menos. O castigo pelo encolhimento atleticano foi o prêmio pela ousadia coritibana. Em bola cruzada na área, Andrezinho desviou para as redes: 1 a 1.

Os últimos minutos foram de intensa pressão coxa-branca e apreensão atleticana, que apostava nos pênaltis. E foi o que aconteceu, mas com efeito indesejado para o Atlético. Nas cobranças, 100% de aproveitamento até Tomás bater à direita do gol coritibano. Dudu conferiu para o Coxa e garantiu a taça, impedindo o tri do rival na competição, na primeira decisão nacional entre os clubes. “Em 100 anos de história, o clube não conquistou esse título. Foi uma vitória da humildade”, disse o meia Tatuí, uma das boas revelações do Coxa.

Agora, a expectativa é ver os valores das duas equipes nos elencos profissionais. De alguma maneira, todos saem vencedores desta decisão. Mas com festa muito maior para o Coritiba de Marquinhos Santos.
Mais informações em breve

Coxa na final da Taça BH de futebol junior

Por Luiz Carlos

O time Sub-20 do Coritiba superou o Juventude pela semifinal da Taça BH de futebol júnior por 1×1 no tempo normal, gol de Rafael Bonfin. Com o resultado, a vaga na final foi decidida nas cobranças de penalidades máximas e o Coxa venceu por 5×3 chegando à finalíssima da competição.

Vestindo o uniforme número 2 – camisa jogadeira, calções e meias verdes -, o time do Coritiba começou o jogo contra o alviverde do Juventude (RS), que jogava todo de branco, com um ritmo forte e a logo 2 minutos abriria o placar. Num lance de bola parada, pela direita, a bola vai na medida para o zagueiro Rafael Bonfin entra em velocidade na primeira trave, sobe mais do que o adversário e cabeceia com estilo, no outro ângulo da meta gaúcha, um bonito gol.

Ao marcar seu gol bem cedo, o Coxa soube aproveitar esta vantagem para administrar o placar e jogar no seu ritmo. Apesar da marcação forte na jogada pela direita, com Gustavo e Andrezinho, o Cori fazia um bom toque de bola e jogava ofensivamente.

Em vinte e cinco minutos de jogo, dois bons momentos ofensivos para cada lado, numa dinâmica veloz de jogo. A vantagem do Coritiba era a postura mais forte da sua zaga – os gaúchos jogavam com dois zagueiros, e o Coxa, com três -, facilitando o trabalho na marcação na defesa.

Num lance de muita velocidade, o time do Rio Grande do Sul mostrou um lance de bastante perigo. Bola pela direita da zaga Coxa-Branca, a jogada é passada para o meia-direita, que acerta um chute forte, para uma boa defesa do goleiro coritibano.

Após a primeira meia hora de partida, o Juventude encorpou mais o seu desempenho e começou a incomodar mais a forte defesa do Coritiba, mas a postura do time paranaense era de aplicação e na raça os coritibanos mantinham a vantagem no placar.

No primeiro tempo, o Coritiba soube aproveitar bem o gol logo a 2 minutos, gol  do zagueiro Rafael Bonfin, e saiu na frente do placar, dando maior tranquilidade ao seu jogo. A partida foi equilibrada, sem muitas oportunidades mais agudas de ambos os lados, com o Coxa sabiamente administrando a vantagem no marcador.

Na volta ao campo de jogo, o Coritiba mantém o mesmo time, mas o Juventude coloca mais um atacante e passa a jogar no 4-3-3, para pressionar mais o sistema defensivo do alviverde paranaense.

Aos 8, o goleiro do Cori, Rafael Martins, faz uma boa defesa de falta e evita o gol de empate. Mas na cobrança, o time gaúcho faz o seu gol, num bonito lance de letra do zagueiro, que aproveitou a falha de marcação dos zagueiros coritibanos: 1×1 no placar.

Logo após o gol de empate, o treinador Marquinhos muda o time do Coritiba, colocando um lateral-esquerdo de origem, Rafael Lucas, para fortalecer a marcação defensiva, já que o alviverde gaúcho jogava com três atacantes.

Depois do empate, o jogo ficou mais equilibrado, mas os sistemas defensivos demonstravam melhor rendimento e paravam os dois ataques.

Com mais de vinte e cinco do tempo final, os dois alviverdes mantinham um ritmo forte na marcação, dificultando bastante as ações dos dois setores de ataque. O risco de levar o gol de desempate parecia “travar” as jogadas mais criativas, com a priorização do combate e desarme à criação.

O time Coxa-Branca começava a fazer muitas faltas e levar vários cartões amarelos, sobrecarregando o sistema defensivo do Cori.

Faltando dez minutos para o fim do tempo regulamentar, o treinador Marquinhos coloca dois atacantes no time, para fazer o Coxa jogar também com três atacantes, já que o Juventude parecia satisfeito com o empate e se posicionava mais na defesa, indo pouco ao ataque.

Nos últimos minutos da partida, Coritiba e Juventude mostraram mais raça do que técnica. Na base do coração, os jogadores procuravam evitar os avanços do adversário. Aos 49, o árbitro apita o fim do jogo e o empate levou a decisão da vaga à final da Taça BH nas penalidades.

Na cobrança de pênaltis, o Coritiba levou a melhor com uma belíssima defesa do goleiro Rafael e venceu o time gaúcho por 5×3, seguindo à decisão importante competição nacional.

 


  • Perfil

    Luiz Carlos Betenheuser Jr., curitibano, nascido em 14 de abril de 1969,pai de duas filhas (ambas torcedoras do Coritiba, é claro!). Desde sempre torço para um, e um só time, o Coritiba Foot Ball Club. Repito: torço apenas por um time, o Coritiba Foot Ball Club. Sou um homem de poucos mas intensos amores... E um deles é o Coritiba. Escrevo da história do maior time do Paraná, da cultura de sua torcida - a emoção que só quem é d 'A Torcida que nunca abandona' sabe o que isto significa - e do jogo em si. Endereços para contato: blogdocoxa@globo.com e luiz@coxabranca.com

     

domingo, 6 de junho de 2010

Santo Andre 1 X 3 Coritiba

Coxa vence fora de casa e chega ao G4

sáb, 05/06/10

por luiz.carlos |

categoria Brasileiro, Coritiba, Pré & Pós-jogo

| tags Coritiba, Pós-jogo

Reprodução/RPC

Reprodução/RPC

O Coritiba foi atá o ACBD paulista para enfrentar o Santo André e venceu por 3×1, com gols de Marcos Paulo, Ariel e Cleiton. Com o resultado, o Coxa subiu bem na tabela de classificação, com 14 pontos, na 3ª colocação. Agora acontece a parada da Copa do Mundo e o time do Coritiba, que alcançou uma das metas previstas pela sua comissão técnica, fará uma série de treinos específicos para manter o ritmo do Brasileirão. .

Vestindo a camisa número 2, branca com listras verdes na vertical, calções brancos e meias verdes, o time do Coritiba entrou em campo para enfrentar o Santo André, em São Paulo, no 4-4-2 com Édson Bastos; Ângelo, Demerson, Lucas Mendes e Triguinho; Marcos Paulo, Leandro Donizete, Enrico e Rafinha; Dudu e Ariel.

Com mais de 10 minutos de jogo, Coritiba e Santo André mostravam um jogo de muita faltas, especialmente pelo lado alviceleste, que fez seis faltas em seis minutos.

A postura do Coxa era mais ofensiva, inclusive com Triguinho subindo mais ao ataque do que habitualmente vinha fazendo. Aos 13, numa bela troca de passes no setor ofensivo do Cori, Rafinha passa de calcanhar e Marcos Paulo bate por cobertura e a bola desvia na zaga e entra, 1×0 Coxa.

Do lado paulista, o primeiro momento ofensivo de mais perigo ocorreu aos 18, num cabeceio forte, com a bola indo pela linha de fundo.

Passados mais de vinte e cinco do primeiro tempo, o domínio territorial era alviverde. O Coritiba se mostrava mais presente no ataque e aproveitava os avanços pelos lados do campo, com Triguinho e Ângelo.

Aos 28, um contragolpe rápido do Alviverde deixou Dudu perto da linha da grande área em boas condições para chutar a gol e o arremate sai forte, mas o goleiro do Ramalhão segura bem.

Neste momento da partida, o time azul e branco se posicionou mais à frente, aproveitando um certo recuo do Cori para o seu campo de defesa. O apoio do lateral-direito do Santo André forçou o time Coxa-Branca a deixar Enrico mais como um segundo volante pela esquerda e não como um meia.

Um bom momento do time azul e branco surgiu aos 41, numa cobrança de falta. A bola saiu forte e Bastos faz a defesa em dois tempos, numa verdadeira manchete para assimilar a velocidade do lance.

O Alviverde armou um contragolpe rápido aos 47, com Ariel ganhando na velocidade e entrando na área, onde foi derrubado pelo goleiro do Ramalhão. O camisa 1 é expulso e Ariel, com estilo, bate o pênalti e faz 2×0, para a alegria da fiel torcida Coxa-Branca presente no estádio.

No primeiro tempo, Coritiba e Santo André fizeram um jogo de muitas faltas e jogadas ríspidas, deixando a técnica de lado. O Cori teve mais chances ofensivas e aproveitou bem as oportunidades, saindo em vantagem como o 2×0 e tendo um jogador a mais no tempo final, uma ótima vantagem para ser administrada.

Reprodução/RPC

Reprodução/RPC

Com um cartão amarelo no primeiro tempo, Leandro Donizete fica no vestiário no intervalo, com Ney Franco colocando Ramon no time do Coritiba.

Triguinho tentou surpreender o goleiro do Ramalhão aos 8, depois de boas trocas de passes do ataque coritibano. O camisa 6 tenta o chute direto, mas a bola sai pela linha de fundo.

Aproveitando a irritação do time paulista, que abusava das faltas, o Verdão tocava a bola com velocidade em busca do terceiro gol, mas era parado na base das faltas.

Ney Franco mexeu novamente no time Verde e Branco aos 13,tirando o volante Marcos Paulo, que também tinha um cartão amarelo, para a entrada do meia-ofensiva Geraldo. Com isto, Ramon e Enrico formaram a dupla de volantes.

E logo depois de entrar em campo, Geraldo perde uma boa oportunidade para fazer mais uma, ao arrematar, de dentro da área, o desvio de um lance com um chute para fora.

Passados mais de vinte minutos, o time da casa avançou mais ao ataque, mas não conseguiram superar a dupla Demerson e Lucas, que estavam bem posicionados. Bastos não teve muito trabalho, exceto num chute do meia-esquerda Victor, que entrou no jogo, e acertou um arremate forte, com a bola passando perto do travessão.

As mudanças no time Coxa-Branca enfraqueceram o sistema de marcação no meio de campo e com isto o Ramalhão ganhava mais espaço para subir ao ataque.

Tendo a vantagem numérica em campo, o Verdão conseguia bem administrar o resultado, mesmo com o meio-campo mais fragilizado na marcação.

Novamente, numa bola cruzada na área, a zaga alviverde peca e o adversário não vacila e não corta o lance e faz: aos 32, o atacante do Santo André, de dentro da área, chuta forte e diminui para 2×1.

Dois minutos depois, nova “bronca” para o lado alviverde: de forma infantil, Triguinho empurra o adversário na linha lateral e é expulso, deixando o Coxa também com 10 jogadores. Com a perda do lateral, Ney Franco recompõe a defesa e coloca um zagueiro (Cleiton) no time, no lugar de um meia (Dudu).

E foi justamente o zagueiro Cleiton quem faria o terceiro gol do Cori. Na direita da zaga paulista, Rafinha – um dos melhores em campo – bateu na medida, a defesa vacila e Cleiton tem tempo para girar e chutar forte, fazendo o terceiro gol alviverde no Estádio Bruno José Daniel, para a explosão de felicidade da torcida coritibana que foi apoiar o time de coração.

Nos minutos finais, o Coritiba tentou armar o contra-ataque em busca de mais gols, mas as articulações foram imprecisas, especialmente com Enrico, que teve três boas oportunidades.

Aos 45, Bastos faz sua principal defesa no jogo, na última participação do jogo. Aos 49, a partida acabou mesmo no 3×1,vitória coritibana.

O Coritiba soube aproveitar bem ter marcado um gol nos primeiros minutos da partida e depois de fazer o 3×1, com a expulsão do goleiro do Santo André, as coisas ficaram facilitadas e o Coxa administrou a vantagem numérica e no placar, vencendo fora de casa e chegando ao G4, uma das metas estabelecidas pela comissão técnica Coxa-Branca até a parada da Copa do Mundo. Mesmo assim, o time Verde e Branco mostrou que ainda precisa de melhorias diversas, seja no sistema tático, seja no elenco, com novos reforços.

 

  • Perfil

    Luiz Carlos Betenheuser Jr., curitibano, nascido em 14 de abril de 1969,pai de duas filhas (ambas torcedoras do Coritiba, é claro!). Desde sempre torço para um, e um só time, o Coritiba Foot Ball Club. Repito: torço apenas por um time, o Coritiba Foot Ball Club. Sou um homem de poucos mas intensos amores... E um deles é o Coritiba. Escrevo da história do maior time do Paraná, da cultura de sua torcida - a emoção que só quem é d 'A Torcida que nunca abandona' sabe o que isto significa - e do jogo em si. Endereços para contato: blogdocoxa@globo.com e luiz@coritiba.com

     

terça-feira, 1 de junho de 2010

Que jornalismo se ensina na escola?

FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL
Que jornalismo se ensina na escola?

Site> Observatório da imprensa

Por Eugênio Bucci em 1/6/2010

A base deste artigo foi rascunhada há poucos meses. Surgiu por necessidade. Surgiu quando estávamos, os professores de jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), conversando com alunos sobre o currículo e as mudanças necessárias e urgentes que precisamos encarar. Ao final da manhã, ficou bastante claro que não temos, na escola, uma definição atualizada do que seja o jornalismo. Aliás, essa carência não é uma exclusividade da ECA. No ano passado, uma comissão de professores, coordenados por José Marques de Melo, foi especialmente constituída pelo Ministério da Educação para rever as diretrizes curriculares do ensino de Jornalismo. O resultado é útil e melhorou bastante as diretrizes, mas no que se refere a uma definição precisa de jornalismo, ainda é vago [ver, neste Observatório, o relatório final da comissão].

Tenho conversado, aqui e ali, com professores do Brasil inteiro. Pelo que pude ver, desconfio que as faculdades não dispõem de um conceito básico do nosso ofício. Não descarto a possibilidade de que alguma faculdade tenha como fundamento orgânico de currículo uma boa definição, mas duvido. Continuo desconfiado. E preocupado.

Não tenho grande experiência como professor. Dou aula há poucos anos. Esse breve período, no entanto, já bastou para que eu formasse uma forte convicção: é impossível estruturar um curso coerente de jornalismo se ele não estiver centrado e alicerçado num conceito sumário da profissão. A ausência de um conceito, para nós, professores ou jornalistas, é dramática.

Identidades atormentadas

Essa ausência de conceito inicial não seria problema para todos os cursos universitários. Para a grande maioria deles, a propósito, não seria problema algum. Filosofia, por exemplo. Não é necessária uma definição de Filosofia para que se monte uma boa faculdade de Filosofia. Ao contrário, talvez essa exigência nem faça sentido filosófico: as pessoas, afinal de contas, estudam Filosofia exatamente para ficar discutindo o que é a Filosofia e se um curso de Filosofia dissesse logo de saída o que é a Filosofia de modo assim, categórico, o estudo da Filosofia não teria graça.

Do mesmo modo, uma boa escola de Direito não depende de um conceito de Direito posto a priori. A prática e o conhecimento que constituem o mundo jurídico falam por si. Ensinam por si. Não precisam de mais nada. Uma boa faculdade terá de ter, então, boas noções de Direito Penal, de Direito Civil, Tributário, de Filosofia do Direito, mas não precisariam sair por aí alertando os calouros com fundamentos doutrinários: "Para nós o Direito é isso e não é aquilo". No mesmo grupo estão Odontologia , Medicina, além de Veterinária, Engenharia Civil, Enfermagem, Administração de Empresas: nenhuma dessas escolas carece de conceitos do que ensinam.

Com o Jornalismo, porém, é diferente. Em nossa época, sobretudo. No Brasil, as turbulências da chamada era digital acabaram por ferir a identidade da profissão. Repito: feriram a própria identidade da profissão. Um sintoma disso é que nunca se falou tanto no desaparecimento da imprensa convencional. Note bem o leitor: a Medicina usa computadores, tecnologias e internet a toda sorte de traquitanas eletrônicas a toda hora. O Direito também. A Engenharia Eletrônica nem se fala. Idem a Publicidade. O mundo inteiro se vale dos computadores interconectados e nem por isso a sobrevivência da Medicina, da Matemática ou da Psicologia é posta sob ameaça. Com computador ou sem, um advogado é um advogado e defende seus clientes. Com ou sem acesso à internet, um médico trata seus pacientes. Agora: com os jornalistas é diferente.

Eles se sentem à beira da extinção. Talvez porque se sintam fazedores de jornal de papel – e não mediadores do debate público, independentemente do meio. Quanto a isso, também é sintomático que, até hoje, em muitas faculdades, ainda exista a disciplina de "jornalismo impresso". Vivemos uma era em que qualquer redação se vale de múltiplos suportes tecnológicos simultâneos. Mesmo assim, a disciplina "jornalismo impresso" continua aí, intacta – e o professor possivelmente também se sente ameaçado. É como se um médico se visse condenado à morte por não escrever mais as receitas no papel, com caneta tinteiro, ou por não poder mais prescindir de exames computadorizados na hora de definir o diagnóstico. É como se um juiz perdesse o sono porque o processo em papel vai desaparecer (já deveria ter desaparecido). Juízes e médicos não são fazedores de "conteúdos" sobre papel. Nem jornalistas, mas vá convencê-los disso.

Alguns se confortam ("Até a minha aposentadoria essa profissão vai resistir"). Outros ficam mais ansiosos ("Ainda me faltam oito anos, três meses, dez dias e quinze minutos"). O último que apague a luz e desligue as impressoras. O que dá mais dramaticidade às aflições desses profissionais é que a realidade objetiva dá razão às preocupações. Diferentemente do que se dá no ramo do Direito ou no campo da Medicina, os modelos de negócio da imprensa estão ameaçados de verdade. No Brasil e no mundo. Nos Estados Unidos, só se fala disso. Redações encolhem. Jornais quebram. Os que resistem, são obrigados a se fundir com os rivais. E para onde vão os jornalistas desempregados? Não é bem para a aposentadoria que eles vão. Também não é para as assessorias. Não nos Estados Unidos. Eles vão tentar exercer sua profissão, que sabem definir muito bem, em outras paragens.

A reportagem, seu valor e sua sustentabilidade

Uma das tendências mais interessantes do mercado americano – que aparece num relatório da Universidade Columbia, escrito por Leonard Downey, Jr e por Michael Schudson, no ano passado – é o surgimento de redações independentes financiadas por doações e colaborações do público. Nos Estados Unidos, não é a identidade profissional que está em questão. O que se encontra em xeque é a sustentabilidade da reportagem investigativa, trabalhosa por definição, e das redações independentes. No mais, jornalistas e sociedade parecem ter clareza quanto à obviedade de que não há liberdades democráticas sem imprensa. O ponto é como financiá-la.

Claro que a questão é séria. O futuro dos repórteres está cheio de incógnitas, mas a identidade da profissão não foi posta em dúvida. Longe disso. E é justamente porque se tem bem claro o lugar da imprensa na democracia que há um intenso debate em torno das suas formas de financiamento.

Aqui, tudo anda mais embaralhado. Entre nós, a crise dos modelos de negócio não é tão dramática – mas a crise de identidade profissional é mais profunda, como se a gente não tivesse incorporado a noção de por que existe o jornalismo.

A tal crise de identidade não vem da tecnologia, mas de uma tradição bem anterior ao Twitter, ao e-mail e ao Orkut; uma tradição corporativista que não logrou deixar nítido o conceito de jornalismo e de imprensa. Na nossa cultura profissional, achamos que repórteres e assessores desempenham a mesma profissão. Os sindicatos repetem isso todos os dias. E isso hoje complica, bastante, a nossa situação.

Sim, eu sei, o leitor deste Observatório vai se impacientar dizendo que já leu outros artigos meus batendo no mesmo ponto. Espero mesmo que tenha lido, o que muito me honra, mas aqui falo de algo sutilmente distinto.

Meu argumento é o seguinte: por termos uma fronteira frouxa demais (obscura demais) quando se trata de distinguir o jornalista de outros operadores da comunicação social, acabamos deixando que se definisse o jornalista como aquele que ganha a vida escrevendo qualquer relato informativo ou narrando os fatos cotidianos na televisão ou no rádio. Bastaria isso. Segundo essa cultura, se o "relato informativo" é um release ou uma reportagem para um veículo independente, não importa. Se o tal jornalista aparece num programa partidário do horário eleitoral ou no noticiário da Band, é mero detalhe. Alguns acreditam, até, que a assessoria de imprensa é simplesmente uma especialização dentro da carreira jornalística, mais ou menos como o jornalismo cultural ou o jornalismo econômico.

Em função dessas noções amplamente difundidas, pouca gente, muito pouca gente, é capaz de identificar o que há de essencial na imprensa independente (uma expressão pleonástica que utilizo, digamos assim, com fins didáticos). Poucos sabem dizer por que a imprensa é indispensável à democracia. "Tudo bem", uns dão de ombros. Para esses, o "jornalismo de redação" (termo redundante) pode minguar, ou mesmo desaparecer, mas o "jornalismo de assessoria" (expressão que é um oximoro, embora endêmica) vai persistir como carreira promissora.

De volta aos bancos escolares

Pois bem, é aí que vem a pergunta: o que é o jornalismo na visão das nossas faculdades? Precisamos respondê-la. Há outras perguntas. Que profissão elas ensinam aos estudantes? Em que consiste essa profissão? Será que a assessoria de imprensa é mesmo uma atividade jornalística? Para a maioria das escolas, e também para a comissão constituída pelo MEC no ano passado, a resposta é sim. Para mim, modestamente, a resposta é não. O mais grave é que isso não está claro no ambiente das faculdades responsáveis pelo ensino de jornalismo no Brasil. E esse ponto compromete todo o resto.

O que é o jornalismo?

No domingo (23/5), vendo o lançamento do novo projeto da Folha de S.Paulo, dei com um artigo de Otavio Frias Filho ("Reflexão: 7 vidas do jornalismo") que lança elementos pertinentes, ao menos no meu modo de ver:

"Durante décadas, o jornalismo clássico, dito de qualidade – que cultiva compromissos com a exatidão do que publica, com a relevância coletiva dos temas que aborda, com a manutenção do debate público – foi sustentado por um modelo econômico hoje em risco. Talvez jornais, revistas e livros impressos venham a desaparecer, talvez não. O papel impresso tem o carisma da credibilidade e da duração.

"A fotografia não suprimiu as artes plásticas, nem a TV liquidou o cinema, que não havia dado cabo da literatura ou do teatro. Mas é pouco provável que o jornalismo de qualidade, tal como definido acima, desapareça da face da terra. Por pelo menos três razões. A absorção de bens culturais é elástica.

"A quantidade de refeições, roupas ou utensílios que se pode consumir é restrita, mas a aptidão para processar informações não tem limite conhecido. Conforme mais pessoas imergem no oceano de dados e versões que giram pela rede, maior a demanda por um veículo capaz de apurar melhor, selecionar, resumir, analisar e hierarquizar.

Esse veículo, no papel ou na tela, se chama jornal."

Uma definição atual de jornalismo passará por aí. Mas não se reduzirá a isso, de modo algum. O campo institucional da imprensa – de que modo ela se situa fora do Estado, longe do governo, e enraizada na vida social – deve ser descrito com mais precisão. As escolas de jornalismo dependem disso para orientar seus currículos e saber exatamente para que estão formando os estudantes. Eu insisto: sem essa definição – que em quase todas as carreiras cairia na redundância tola –, a formação dos jornalistas cairá na pura desorientação. Sobretudo agora.

Por isso, recupero aqui o documento que escrevi para os professores e alunos da ECA. Estendo-o a todos os interessados. Acredito que as críticas que ele vier a receber ajudarão na elaboração de um novo ponto de partida para o ensino nas nossas faculdades.

Um alerta: a definição que se segue está dirigida para a estruturação de novos cursos. Ela procura realçar aspectos que, depois, poderão ser traduzidas em competências, habilidades e conhecimentos que orientariam a elaboração dos currículos. Aos de olhar muito prático, essa definição parecerá quase que tautológica. Aos que precisam dar aulas e ordenar currículos, poderá ser de alguma serventia. Vamos a ela.

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O jornalismo é a profissão dos que se encontram socialmente encarregados de atender o cidadão em seu direito à informação.

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Essa profissão se define por um conjunto das práticas, lícitas e legítimas, que se estendem dos procedimentos de apuração dos fatos a padrões discursivos que os noticiam, em diálogo com as fontes e com o público. Nesse sentido, o jornalismo é um método de conhecimento imediato do mundo, baseado na reportagem (investigação) e uma narrativa específica, com base na precisão e na objetividade.

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Tanto a reportagem quanto a narrativa específica que ela enseja – o relato noticioso e o debate das idéias e de interesse público – se definem pela independência. Para noticiar os acontecimentos e as manifestações que afetam a expectativa dos cidadãos em relação ao seu futuro próximo, à sua identidade e aos seus direitos, a imprensa precisa demarcar sua liberdade prática e cotidiana. Visto dessa perspectiva, o jornalismo é o método pelo qual a instituição da imprensa age na democracia, um método cujo centro se apóia na independência em relação ao poder político e ao poder econômico.

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A palavra independência, aqui, é estruturante. Quando se deixa capturar, em maior ou menor grau, direta ou indiretamente, por interesses estranhos à integridade do direito fundamental da pessoa humana à informação (e à comunicação, de modo mais amplo), notadamente os interesses abrigados no governo, nos partidos políticos e nos agentes econômicos e sociais de maior influência no mercado e no espaço público, o jornalismo se afasta da missão nuclear que a democracia lhe outorgou, qual seja, noticiar os fatos e as idéias de interesse público de modo a ajudar a sociedade a fiscalizar o exercício do poder. É exatamente por isso que, sem a independência, formal e material, não há jornalismo. É por isso que a democracia depende da imprensa livre. Sem liberdade, não há imprensa – e se a imprensa não é livre, a democracia não funciona bem.

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Cabe à imprensa revelar as notícias que o poder teria preferido manter em sigilo. A notícia nada mais é que um segredo (do poder) no instante em que é desvelado e posto a público. A imprensa livre – livre do poder – é a única instituição capaz de prover ao cidadão o acesso aos dados, aos enunciados e às críticas que lhe permitem, com soberania e espírito crítico, delegar, vigiar ou mesmo exercer o poder em sintonia com a sociedade.

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Na essência de sua profissão, o jornalista é o portador das interrogações que o cidadão tem o direito de dirigir ao poder. Nesse ponto, há que se estabelecer uma distinção conceitual: a função de jornalista não se confunde com a função do assessor de imprensa, ao contrário do que pretende a cultura corporativista dos profissionais de imprensa no Brasil. Enquanto o jornalista é portador das perguntas que o poder (econômico, político, religioso, cultural etc.) prefere não ouvir, o assessor de imprensa trabalha nas respostas que o mesmo poder gostaria que prevalecessem na sociedade. Não que sua função, de assessor de imprensa, não seja legítima: ela é apenas diferente da função do jornalista. Não raro, é antagônica.

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O jornalismo não se define por aspectos formais ou estéticos dos relatos com que se apresenta – a prosa de aspecto informativo, com títulos, chamadas, legendas –, mas pelo seu sentido ético. Ele se define por sua independência, seu método e, sobretudo, por aquele a quem se dirige: o direito à informação, de que todo cidadão é titular. Sem que a sociedade e o Estado democrático assegurem o direito à informação (e à comunicação) como um direito fundamental da pessoa humana, não há sentido em se falar na instituição da imprensa ou na profissão de jornalista. Em linhas gerais, eis o que distingue a profissão do jornalista de todas as demais.

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Vivemos um tempo, no entanto, em que qualquer do povo parece poder produzir "conteúdos jornalísticos". Qualquer um poderia, portanto, em tese, exercer a atividade jornalística. A singularidade da profissão teria se diluído com o advento da era digital, que fez ampliar consideravelmente as possibilidades de que todos os cidadãos atuem na confecção de peças informativas ou opinativas nos mais variados sentidos. Os temas que ocupam a agenda do debate público se originam de fontes outras que não os veículos jornalísticos tradicionais. Notícias aparecem de todo lado e são oferecidas gratuitamente na rede ou em jornais gratuitos. Esse ambiente em que qualquer um pode atuar como emissor de relatos com formato jornalístico, a sensação é de que todo mundo é jornalista. O que significa que ninguém mais precisa ser jornalista profissional. A profissão teria se esboroado.

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Trata-se de uma sensação precipitada. Desde meados do século 20, com o crescimento das relações públicas, os órgãos de imprensa vinham deixando de ser as únicas portas de entrada dos assuntos no espaço público. Hoje, mais ainda. Nem por isso, a necessidade democrática de que o debate público seja mediado e abastecido por uma instituição independente, vale dizer, a imprensa, com redações independentes, deixou de existir. Ao contrário, ela está ainda mais presente. O que se passou é que, com a crescente participação da sociedade na elaboração de conteúdos jornalísticos, a própria imprensa adquiriu mais vasos circulantes, mais massa crítica e mais agentes. O jornalismo se tornou um diálogo mais denso, mais diverso, mais polifônico. Mas não perdeu sua razão de ser, sua especificidade. Ele hoje pode se processar de modo mais colaborativo, apenas isso.

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É verdade que, à primeira vista, os contornos de sua própria identidade se esvaneceram dentro da hipertrofia industrial e espetacular do negócio do entretenimento, de tal sorte que é mais custoso, hoje, distinguir as fronteiras da instituição da imprensa. Há mais interpenetrações entre ela e a publicidade, entre ela e a política, entre ela e as relações públicas (assessorias de imprensa aí incluídas) do que costumava haver. Mas ela não se tornou desnecessária, supérflua, descartável. Em vez disso, a função dialógica da imprensa ganhou mais consistência e visibilidade. Mediar o debate público, após a emergência das redes interconectadas, é uma tarefa mais complexa e mais vibrante. As redações independentes continuam necessárias, o profissional independente também. Sem eles, o próprio funcionamento da democracia estará comprometido.

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Tanto isso é verdade que, hoje, diante da abundância de informações que abarrotam a internet, o cidadão se pergunta: "Mas em quem é que eu posso confiar?" Dessa pergunta virá a diferença. Por seu método, sua independência e seu discurso, subordinado ao direito à informação a que se dirige, o jornalismo gera credibilidade. Mais que os outros discursos que o circundam. E porque a democracia não tem como prescindir da instituição da imprensa, a imprensa não tem como prescindir dos profissionais independentes que saibam operá-la.

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É assim que, agora como antes, o jornalismo é a profissão dos que se encontram socialmente encarregados de atender o cidadão em seu direito à informação.

Entrevista com Tostão

Tostão diz ver exagero em ufanismo de Dunga e teme falta de improviso

Alexandre Sinato e Bruno Freitas

Em Johanesburgo (África do Sul)

  • Campeão mundial com o Brasil em 1970, Tostão parte para a quinta Copa como comentarista

    Campeão mundial com o Brasil em 1970, Tostão parte para a quinta Copa como comentarista

Um antigo campeão do mundo caminha no hotel que hospeda a seleção brasileira em Johanesburgo, a poucos dias da Copa. Em seu sétimo Mundial, o quinto como comentarista, Tostão tem seguido de perto a rotina dos homens de Dunga na África do Sul e mantém intacta a análise dos últimos meses sobre virtudes e fraquezas da equipe nacional para o torneio.

Em entrevista ao UOL Esporte na última segunda-feira, o ex-jogador manifestou opiniões sobre o time de Dunga, algumas delas já reproduzidas em suas colunas na Folha de S. Paulo. Para o camisa 9 da lendária seleção de 70, a filosofia nacionalista do atual treinador frequentemente cai no exagero e pode ter suas consequências.

O ídolo do Cruzeiro ainda faz elogios à equipe, em palavras de confiança que recaem principalmente sobre os homens de defesa, mas diz que teme a ausência do fator improviso em instantes decisivos na Copa.

Confira abaixo a breve entrevista de Tostão ao UOL Esporte em Johanesburgo, base da preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo.

UOL Esporte: Nas suas colunas mais recentes, você tratou dos conceitos de garra e discurso de nacionalismo usados por Dunga, inclusive em campanhas publicitárias. Como vê este tipo de sentimento difundido na seleção nacional?
Tostão: É um discurso ufanista, muitas vezes exagerado, é ultrapassado. Mas a verdade é que os jogadores recebem muito bem isso, este discurso de união, gostam disso. O lado ruim é que cria-se um sentimento de guerra, de que o título é a coisa que mais importante do mundo, tudo o que importa. Cria-se uma imagem que, se perder, é porque não teve raça. Não acho um sentimento saudável.

UOL Esporte: Você acha que estes tipos de valores podem se sobrepor à imagem consagrada do futebol brasileiro, de beleza plástica e improviso individual?
Tostão: Não. Não podemos dizer que o Dunga é o responsável pela mudança de estilo da seleção brasileira. Isso é algo que já vem acontecendo há muito tempo no nosso futebol.

UOL Esporte: O que você mais gosta na atual seleção de Dunga?
Tostão: A maioria dos jogadores da seleção é de primeiro nível internacional, desde o goleiro, o lateral-direito, a dupla de zagueiros. Também o Kaká e o Robinho. Individualmente, o time é muito bom. Não tem um meio-campo muito forte. O lado positivo é que este time está pronto. Algumas seleções chegam a este ponto ainda trocando peças. Mas nós temos uma maneira de jogar, goste-se ou não. E isso pode ser decisivo num torneio curto.

UOL Esporte: E o que menos gosta no time?
Tostão: Ao mesmo tempo, os grandes times se formam por acaso. O Dunga é o contrário disso, trabalha com tudo previsto desde a véspera. Mas essa rigidez pode atrapalhar. Às vezes num momento decisivo você precisa do improviso, daquilo que acontece de repente. Não vejo isso acontecendo neste time.

UOL Esporte: Você parte para a quinta Copa na função de comentarista. Como é a rotina de um comentarista na Copa?
Tostão: Procuro ver os treinos, as entrevistas coletivas. Procuro também tomar conhecimento das ideias que estão sendo colocadas. Basicamente é isso.

Coritiba X Ponte Preta

Por Luiz Carlos Betenheuser Jr

VEJA A MATERIA ORIGINAL NO GLOBO.COM

Em que se pese o fato do Coritiba e da Ponte Preta não estarem no G4 do Brasileirão – respectivamente o 9º e o 13º colocados -, tradição não falta aos dois times que costumam fazer jogos muito equilibrados. O time campineiro é um adversário que costumeiramente complica as coisas para o Coxa e por isto o jogo desta noite de terça-feira, em Joinville, é marcado por cuidados redobrados e a necessidade de vencer a qualquer custo. Além de Pereira, Renatinho, Marcos Aurélio e Bill, todos contundidos, o time do Cori não terá Marcos Paulo, suspenso para esta partida após ter sido expulso na rodada anterior.

Com o retorno de Ariel ao time – o único atacante de origem no elenco em condições de jogo -, o Coritiba terá um jogo difícil contra a Ponte Preta. Aliado à necessidade de vencer, o adversário é um time experiente em jogar contra o Coxa, sabendo que não pode ceder espaços e precisa marcar forte. Além disto, no lado Coxa-Branca, vários são desfalques, seja por contusão, como é o caso de Pereira, Renatinho, Marcos Aurélio e Bill e Marcos Paulo, suspenso para esta partida.

A expectativa é para saber se o treinador Ney Franco irá montar um esquema 3-5-2, o qual é utilizado em jogos fora, ou manterá o Cori num 4-4-2, o que parece ser o mais provável, já que o Verdão precisa vencer o jogo de qualquer maneira.

A volta de Andrade ao time coritibana é tida como certa, já que o jovem Marcos Paulo cumpre a automática pelo cartão vermelho. Com Donizete ao seu lado, Andrade deverá ter uma saída de jogo com os laterais, para facilitar a dinâmica de jogo em velocidade, mas certamente terá que cuidar dos espaços no setor, para evitar que o time pontepretano cresça na partida.

Só com Ariel de atacante de origem no time, o Cori terá que ser mais criativo com Rafinha e Dudu, que deverão ser marcados de perto pelos campineiros, pois eles sabem que se a jogada não sair pelos meias, a tendência é dificultar o jogo de Ariel, já que Triquinho e Ângelo são atletas que não avançam com muita frequência.

Contra um time que conhece o estilo coritibano de jogar, o time verde e branco precisará mostrar muitos cuidados defensivos, pois se a Ponte chegar a marcar seu gol, fará um cerco defensivo e abrirá o jogo pelos lados, num contra-ataque que costuma levar perigo se a bola chegar na grande área, onde também o time alviverde costuma mostrar vulnerabilidade no posicionamento.

Ney Franco escolheu vários meias para o jogo contra o time alvinegro de Campinas: Dudu, Enrico, Geraldo, Jefferson, Ramon, Tiago Real e Rafinha.

Fato triste para as categorias de base é que apenas dois atletas lá formados seguiram viagem para a bela cidade de Joinville: Lucas Mendes e Tiago Real. O jovem Geraldo, que veio para o time Coxa em 2009 deve ter uma oportunidade para jogar durante a partida, entrando no time comandado por Ney Franco para dar maior poder ofensivo ao Coritiba.

A vitória é uma questão fundamental para os alviverdes subirem na tabela e diminuírem parte da pressão por bons resultados. A torcida irá seguir viagem até Joinville, irá apoiar o time de coração, mas cobrará resultados, já que o Coxa só terá mais duas rodadas antes da parada à Copa do Mundo e estando apenas na 9º colocação, com 8 pontos, precisa vencer para subir na tabela e ainda jogara para baixo um time que tem tudo para ser um dos concorrentes direto ao G4 deste Brasileirão. Se vencer a Ponte Preta, o Coritiba ficará a 5 pontos do adversário e se aproximará do seleto grupo dos times que subirão de série esta temporada.

Ao certo é que fica uma expectativa na torcida Coxa de encontrar um adversário difícil, que sempre mostra valentia ao enfrentar o Verdão A superação é palavra de ordem para os jogadores, que precisarão se inspirar no exemplo do time de 2007, que arrancou uma vitória de virada por 2×1 nos minutos finais do jogo. Raça é fundamental para vencer a Ponte em Joinville.

Para este jogo, um convidado ilustre, o atacante Keirrison estará em Joinville para torcer pelo ex-Clube e pelos companheiros de Alto da Glória.

O ADVERSÁRIO

“Sabíamos que essa maratona inicial de jogos antes da Copa exigiriam muito fisicamente dos jogadores e quero ter certeza de que levaremos os que estão melhores para que tenhamos condições efetivas de nos reabilitar diante do Coritiba. Então podem haver novas caras no time, sim, mas isso vai depender do que observarmos neste domingo. Faremos o que for melhor para a Ponte Preta”. Palavras do treinador Jorginho, da Ponte Preta, ao site oficial do time campineiro.

Vinda de dois empates a um gol – Bahia e Guaratinguetá – e uma derrota por 3×1 – contra o São Caetano, na casa do adversário -, o time da Macaca que tem um jogador que já passou pelo Coritiba, onde foi muito criticado pela torcida, o lateral-esquerdo Vicente, mas no time de Campinas é titular absoluto.

Contando com o goleiro Eduardo Martini, que já conhece o estilo de jogo do futebol sulista, o meio-campista Tinga, um dos principais nomes do time e do atacante Pablo Escobar, que não costuma vacilar em lances na grande área, o time paulista joga no 4-4-2. Para enfrentar o Alviverde, a Ponte deverá concentrar os volantes na marcação de Rafinha e Dudu para impedir a criação de jogadas, já que sabem que o Coxa jogará só com um atacante de origem, o gringo Ariel.