sábado, 12 de junho de 2010

Fair Play

326

 

O Barão de Coubertin, um dos mentores dos Jogos Olímpicos da era moderna, já pregava: "o importante é competir, e não vencer". A FIFA também prega conceito semelhante, incentivando o chamado "fair play", ou seja, o jogo justo, leal, ético, independentemente de vitória ou derrota. No último Campeonato Brasileiro de xadrez até 16 anos, em Catanduva-SP, tivemos um belo exemplo dessa prática.

O enxadrista Bruno Morado Rodrigues, lutando pelas primeiras posições na última rodada do torneio, jogava sua partida quando, subitamente, seu adversário sofreu um ataque de epilepsia, sendo rapidamente socorrido pela equipe de apoio do evento. O árbitro informou a Bruno, então, que este poderia vencer a partida, pois seu adversário não estava mais em condições de jogar.

Aí veio o exemplo: o jovem se recusou a vencer a partida por não achar o resultado justo, preenchendo a planilha com o resultado de empate. Uma atitude nobre, que rendeu uma homenagem ao jogador na cerimônia de premiação. Um gesto simples, aparentemente, mas que revela uma grandeza de caráter formidável.

Eu já vi de tudo - agressões entre jogadores, atitudes anti-éticas, utilização de recursos extra-tabuleiro para conseguir os melhores lances e outras artimanhas cheias de criatividade. Bruno, porém, provou que o Barão estava errado: o importante é vencer sim, mas na vida, onde uma atitude nobre vale muito mais que um xeque-mate.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.