sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Dois pesos e duas medidas

Compartilho com os amigos duas colunas de Juca Kfuri. Incrivel como o argumentos são diferentes:

09.12.2009 - 0:03

Que punição merece o Coritiba?

Juca Kfouri

A direção do Coritiba teme que o clube vire bode-expiatório para a insolúvel, por incompetência dos governos, do ministério do Esporte, do Ministério Público, da Polícia, questão da violência nos estádios.

E teme com razão, porque o clube paranaense não tem a força que têm os clubes do eixo Minas-Rio-São Paulo-Rio Grande do Sul.

Mas o fato é que alguém tem de ser o primeiro a ser dado como exemplo.

E a barbárie de domingo no Couto Pereira justifica que seja o clube mandante do jogo e responsável pelo estádio.

Até porque, só agora, a direção coxa anuncia que rompeu com os membros da torcida uniformizada que causou o inferno verde que lá se viu, a tal Império Alviverde, império do mal, da covardia.

E quem brinca com fogo sai chamuscado.

É verdade que praticamente todos os cartolas têm o mesmo comportamento, reféns da intimidação que esta gente é capaz de despertar.

Mas se a justiça esportiva pode penalizar o Coritiba com no máximo 10 jogos de Couto Pereira interditado, a CBF pode, administrativamente, punir o clube com o rebaixamento para a Série C do Brasileirão, por exemplo.

Seria didático, para dizer o mínimo.

Desde que fizesse o mesmo com um Corinthians, se se repetirem as cenas do Pacaembu quando o time foi eliminado da Libertadores pelo River Plate.

Ou com o Inter, se novamente banheiros químicos forem atirados da arquibancada do Beira-Rio.

E assim por diante.

Que o Coritiba seja o primeiro, jamais o único.

Se bem que se o ministro do Esporte tivesse vergonha na cara já teria, pelo menos, pedido demissão.

Comentário para o Jornal da CBN desta quarta-feira, 9 de dezembro de 2009.

http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/juca-kfouri/JUCA-KFOURI.htm

21.02.2013 - 11:16

Dor, punição e calma

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Juca Kfouri

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Nenhuma punição aos responsáveis diretos, ou indiretos, pela morte de um torcedor no estádio é suficientemente radical.

Radical é a morte nas arquibancadas.

Excluir o clube do torneio?

Pode ser, por que não?

Ah, mas o clube não pode ser punido por causa de um bandido, até porque todos têm bandidos entre seus torcedores, como têm padres.

Sim, mas os clubes, em regra, financiam esses bandidos e não os padres, aqui entendidos como os torcedores comuns, a Fiel, no caso do Corinthians, de cuja marca uma torcida uniformizada tentou se apropriar.

Obrigar o clube a mandar seus jogos  com portões fechados?

Pode ser, por que não?

Ah, mas milhões (de padres) não podem ser punidos por causa de um bandido.

Sim, mas, então, qual a solução?

Punir o San José porque organizador do jogo?

É, a questão é repleta de nuances, mas a única solução inaceitável para ela é a impunidade.

E, repita-se, nada é mais radical do que morrer num campo de futebol atingido por um sinalizador, um rojão, o que for.

Por ironia,  aqui se propôs que o Corinthians, do alto da sua força moral adquirida com a conquista da Libertadores, deveria exigir mudanças civilizatórias no torneio sob pena de não mais disputá-lo.

Eis que o clube está, agora, diante do risco de ser dele excluído pela selvageria de um, de dois, de doze dos seus torcedores.

Mas é preciso ter muita calma nesta hora.

Primeiramente, para provar o que parece óbvio, ou seja, a culpa dos que estão detidos.

E, depois, não transformar a nova tragédia em mais uma guerra clubística imbecil.

Desnecessário lembrar que a estupidez, infelizmente, não é monopólio de nenhuma torcida e que todas elas já causaram mortes por onde passaram.

Os torcedores corintianos  (outra bobagem é dizer que não são verdadeirostorcedores corintianos, porque são sim) que estão detidos são:

Leandro Silva de Oliveira (21 anos), Tadeu Macedo Andrade (30 anos), Reinaldo Cohelo (35 anos), José Carlos da Silva Júnior (20 anos), Marco Aurélio Mecere (31 anos), Danielo Silva de Oliveira (27 anos), Hugo Nonato (27 anos), Clever Souza Clous (21 anos), Cleuter Barreto Barros (24 anos), Fávio Neves Domingos (32 anos), Rafael Machado Castilho Araújo (18 anos) e Tiago Aurélio dos Santos Ferreira (27 anos).

Alguém os conhece?

As torcidas uniformizadas os reconhecerão como seus sócios?

E aí, ex-promotores de Justiça, um que de tão incapaz virou deputado tucano e outro, igualmente, licenciou-se para virar funcionário do ministério do Esporte, cadê os cadastros desta gente?

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