quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Verdade!!!

  • Copiei a coluna de Dante Mendonça publicada no paraná on line
19/08/2009 às 00:00:00 - Atualizado em 20/01/2013 às 11:46:19
O Sonho de Petraglia (final)

Ao sugerir a criação de um campo comum a rubro-negros e alviverdes, Mário Celso Petraglia restaura a saga de Aryon Cornelsen e o malfadado PAVOC: das mãos do Coritiba, o projeto foi a alavanca do Atlético que levou João Saldanha a profetizar: “O Atlético, facilmente, está entre os 10 mais”.
O Coritiba não quis bancar o PAVOC (Parque Aquático Vila Olímpica Cornelsen). Os conselheiros da situação achavam que o Aryon ia ganhar muito dinheiro. E de fato ganhou. No tempo das campanhas e loterias, Aryon chegou a ter um helicóptero particular “igual ao do filme do Roberto Carlos”. Entretanto, a construção e manutenção do PAVOC, sem a parceria do clube, acabou sendo a ruína do empresário.
Com um elefante branco faminto em mãos, não restou ao visionário (antes oferecera ao Clube Concórdia, que negou) outra alternativa: levar a mesma proposta ao Atlético Paranaense. O Atlético topou na hora. O contratofirmado com o Atlético era um pouco diferente daquele negado pelo Coritiba, contou o falecido Aryon Cornelsen ao repórter Sandro Moser: - Ao Atlético eu não ofereci de graça, queria os 50 mil títulos e as mensalidades. Então o Atlético impôs uma cláusula, 10 anos de prazo, sendo o negócio bem ou mal sucedido...
Esta cláusula foi a ruína de Aryon. A necessidade fez o experiente advogado aceitar as imposições leoninas, acreditando na boa fé dos diretores do Atlético, e nas boas vendas dos títulos durante o primeiro verão.
Ocorre que o teor do contrato vazou, chegou como um furacão aos ouvidos de rubro-negros oportunistas que resolveram sabotar o projeto: “Quem comprou não pague, quem não comprou não compre, pois o parque já é nosso”.
E durante nove anos as vendas congelaram. Aryon não conseguiu arrecadar o necessário para viabilizar o projeto e, terminado o tempo de contrato, o complexo acabou indo inteiramente de graça para a Baixada da Água Verde.
O Atlético Paranaense, de sua parte nunca soube administrar o espaço conseguido da mão beijada do velho inimigo. Do projeto inicial, restou a intenção de criar um Centro de Treinamento para a formação de jogadores, muito antes do futebol profissional virar este negócio milionário.
O acordo do Atlético com Aryon Cornelsen datava de 1973. A posse atleticana fez-se em 83. O patrimônio era pouco usado. Além dos pedalinhos para casais suburbanos apaixonados, servia mais para impressionar investidores e visitantes como João Saldanha, na tentativa de melhorar a imagem do clube.
Imagem que foi gradativamente se desgastando, até que em 1995, Mário Celso Petraglia promoveu uma verdadeira revolução na estrutura e na administração atleticana. Sempre muito íntimo do poder, Petraglia, já de olho no terreno do antigo hotel Estância João XXIII (no bairro do Umbará), e com o ambicioso projeto da Arena na gaveta, aproveitou-se das grandes inundações acontecidas em Curitiba no ano de 96 e propôs uma composição com o governo estadual. O Estado desapropriaria a área do PAVOC para abertura de um canal extravasor do rio Iguaçu, pagando aos proprietários a devida indenização.
Não foi a única desapropriação da área, mais de cem decretos foram assinados em maio de 1996 pelo governador em exercício, deputado (e ex-presidente rubro-negro) Aníbal Khury. O valor da indenização é que foi efetivamente maior do que os demais. A quantia causou, à época, indignação em setores da imprensa e resultou num processo (arquivado) de crime de responsabilidade contra Khury e o governador Jaime Lerner. Com a soma arrecadada o Atlético Paranaense pode enfim levar a cabo seus planos de reestruturação e crescimento. Viabilizou a construção da Arena e adquiriu a terreno e instalações do hotel, onde instalou o Centro de Treinamento Alfredo Gottardi.
Ao final de todos estes anos, a profecia de João Saldanha se mostrou certeira. O PAVOC, dado de presente pelo Coritiba, foi a alavanca que impulsionou a Arena a ser indicada como o estádio paranaense da Copa do Mundo de 2014. Assim mesmo, pelas linhas tortas por onde passam a política e o esporte paranaenses.

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