domingo, 19 de setembro de 2010

De volta para casa

Leia a coluna original de Lédio Carmona

sáb, 18/09/10

por Lédio Carmona |

categoria Coritiba, Portuguesa, Série B

| tags Coritiba, Couto Pereira, Portuguesa, Série B

Maurício Neves

Desde cedo, o clima festivo no Alto da Glória deixava claro que este não seria um sábado qualquer. O jogo tinha lá seus atrativos circunstanciais, o Coritiba bem colocado no campeonato, Tcheco voltando a vestir a camisa alviverde, o adversário qualificado. Mas nada era maior para o torcedor coxa-branca do que o gesto de ir ao estádio, esse lugar que reúne tanto de nossas melhores alegrias e de nossas mais fundas tristezas. E estádio, para quem torce para o Coritiba, é algo que tem nome, sobrenome e patente: Major Antônio Couto Pereira.

Como estava lindo o Couto Pereira, refeito para que todos possam esquecer aquela tarde de seis de dezembro. Como estava linda a casa do Coritiba, com toda a sua história, desde quando se chamava Belfort Duarte, desde antes que o mais otimista dos coxa-brancas pudesse pensar em ser campeão do Brasil. Como estava linda a típica tarde curitibana de quase primavera, de céu azul mas de vento frio, tudo tomado pelo verde do gramado, do Coritiba, da esperança de dias melhores.1

A ansiedade dos torcedores parecia estar também nos pés dos jogadores, do Coritiba que cercava, da Portuguesa que procurava espaços, como se as únicas preocupações de Ney Franco e Vadão fossem antecipar os movimentos um do outro. Primeiro foi Enrico, avançando a dribles e pedalada, chutando de longe para a defesa de Everton. A Lusa respondeu no primeiro espaço que achou, Zé Carlos escorou de cabeça para o voleio mal calibrado de Fabinho.

O Coritiba voltou melhor para o segundo tempo, como se soubesse que era preciso corresponder à festa da torcida, a mesma torcida que enfrentou a BR 101 tantas vezes para fazer da Arena de Joinville uma embaixada coxa-branca. Enrico tentou pela esquerda, o chute saiu torto. Leonardo recebeu na área pela meia-direita, deu um leve toque para o meio para o chute que seria de pé esquerdo, mas voltou rápido para o pé direito e chutou seco, inapelável. O Couto Pereira rompeu um silêncio de dez meses para celebrar o amor de uma torcida que quase morreu de saudade.

Tcheco saiu sob aplausos, Rafinha quase marcou em descida pela direita, Pereira cabeceou rente à trave. O povo na arquibancada cantava feliz, e como que em resposta a quem cantava, Léo Gago mandou um chute digno do reencontro do Coritiba com o seu povo. Que golaço, Léo Gago. Que festa linda, Coritiba. A felicidade no rosto dos torcedores era o emblema de uma verdade tanto da vida como do futebol. Caminho bom mesmo é o de volta pra casa.

34 Comentários para “De volta para casa

 

14

Carlo Ramirez:
18 setembro, 2010 as 8:56 pm

Lédio, muito feliz sua coluna.
Vc não tem ideia o orgulho de toda nação coxabranca.
Voltamos em ALTO ESTILO AO ALTO DA GLÓRIA, jogando um bom jogo.
A nação coxabranca estava sofrida, triste..ou melhor a cidade de Curitiba estava triste. Mas, a partir de hoje a felicidade voltou. O orgulho em ser coxa branca cresce dento de cada um de nos. Nas dificuldades é que o heróico aparece, e o Coritiba esta sendo heróico nesta serie B.
Abraço

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