quarta-feira, 25 de maio de 2011

Opinião Augusto Mafuz–Paraná on-line

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25/04/2011 às 00:10:18 - Atualizado em 25/04/2011 às 00:10:16

Campeão

Não foram poucos os Atletibas que eu vi na vida. Mas se teve um que não estimulei nenhuma ilusão de vitória, foi esse de ontem na Arena da Baixada. E não foi porque já passou o meu tempo de usar a ilusão como fantasia do equívoco. Foi porque as diferenças dos times atuais de Atlético e Coritiba são tão grandes, são tão profundas, e são tão descomunais, que nem o imponderável poderia criar uma ironia implacável.
Os Coxas ganharam de 3 x 0, ganharam o título e o sagrado direito de receber a taça, dar a volta olímpica e posar garbosamente, na hora e no lugar da conquista, como é o direito de todo o verdadeiro campeão.
Dirão que o campeão teve a sorte de jogar contra um Furacão traumatizado aos 8 minutos de jogo com a expulsão justa do irresponsável Manoel. Falsa ilusão, insensatez da paixão.
Com Manoel, o Atlético poderia até resistir um pouco. Mas não iria muito além, pois para um Rafael Santos, existia um Emerson; para um Robston, Leandro Donizete; para Guerrón, Branquinho, Adaílton, depois Lucas e Jenison, sobravam Marcos Aurelio, Rafinha e Davi - todos amparados e distribuídos por esse excepcional Léo Gago, que é um capitão Hidalgo em nova versão.
Mas a vitória do Coritiba não pode ser encerrada apenas com a vitória do melhor, mas exaltada como resultado de um comando brilhante do treinador Marcelo de Oliveira. E não se diga que ele simplesmente seguiu no caminho aberto por Ney Franco. Não é verdade, porque com Franco o Coritiba fazia da defesa a referência. Com Marcelo, adotou o ataque como regra, a bola tocada, que é a do futebol natural, saindo da mesmice do contra-ataque, que é a regra do ordenamento viciado do futebol brasileiro.
Dedico essa coluna a Vilson Ribeiro de Andrade, que não vai aparecer na fotografia da Baixada. Mas quando alguém faz por idealismo e amor, a imagem se eterniza no coração das pessoas. Vilson foi o grande homem dessa conquista.

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