segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pesquisa

Mais uma importante PESQUISA realizada no estado do Paraná sobre a preferencia clubistica. Sou nascido em Curitiba, e morei minha infância e juventude no norte do Paraná, em Arapongas. Vivi e senti na pele a influencia da mídia paulista e carioca na escolha por um time de futebol. Não questiono os aspectos colonização, e culturais, mas acredito que muito mais forte que isto e a força da TV. Por exemplo: estou escrevendo e acompanhando um programa de tv de um canal por assinatura e até agora, 96% do programa e dedicado aos clubes do RJ, SP, PA e BH.

Me lembro, que em minha estada no interior nos anos 70, 80 e 90; assistia apenas jogos dos times de SP e Rj na TV, mesmo o Coritiba sendo hexacampeão paranaense, Fita Azul, campeão do Torneio do Povo e depois Campeão Brasileiro, 1985. Neste feito maior, inclusive me lembro de procurar a revista Placar e constatar que a revista estava pronta antes do jogo, por que continha muitas matéria sobre o Bangu e poucas sobre o Coritiba. O Coritiba, já era a maior torcida de Curitiba, com conquistas nacionais, como o TORNEIO DO POVO e o Bangu não tinha em seu currículo nenhum título de destaque, apenas um campeonato estadual do RJ. No entanto o destaque da revista estava desproporcional. Mesmo assim, guardo a revista até hoje.

Para finalizar, o título do Coritiba, foi antes do título de Campeão Brasileiro do Corinthians, que tinha apenas conquistas estaduais, e já era a segunda maior do Brasil. Então, dizer que o inercia dos clubes do PR é um dos motivos desta disparidade esta, no minimo equivocado.

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Paranaenses jogam bairrismo para escanteio
( Matéria original da GAZETA DO POVO)

Levantamento mostra que quase metade da população do estado nem sequer simpatiza com Atlético, Coritiba ou Paraná

Publicado em 21/11/2010 | CARLOS EDUARDO VICELLI

Coritiba, Atlético ou Paraná? Ne nhum. Foi assim, sem rodeios, que 48% dos paranaenses – ou radicados – responderam à pergunta “para qual time de Curitiba o senhor torce ou simpatiza?” Ou seja, quase metade da população se declara indiferente aos maiores times do estado, de acordo com o mais recente levantamento feito pelo instituto Paraná Pesquisas com exclusividade para a Gazeta do Povo. A outra parcela se divide entre rubro-negros (25%), coxas (15%) e tricolores (7%). Foram ouvidas 16.025 pessoas, em 165 municípios, en tre os meses de agosto e outubro.

E o que é ainda mais cruel para o trio de ferro: essa fatia considerável de público, composta por quem não gosta de futebol e também por torcedores de clubes de outras regiões, ao afirmar nem mesmo “simpatizar”, fe chou a porta para qualquer tipo de diálogo com os representantes curitibanos. “É um alvo perdido”, resume Paulo César Verardi, diretor de marketing do Rubro-Negro.

Preferência tem definição histórica

Para o sociólogo Gílson Aguiar, professor do Centro Universi tário de Maringá (Cesumar), a aversão e a simpatia pelos times da capital estão relacionadas com a formação do Paraná. Ele explica que o estado teve três frentes de ocupação: a tradicional (que in clui o litoral, a Região Metropo litana de Curi tiba e os Campos Gerais); a gaúcha (que se estabeleceu nas regiões Oeste e Sudoeste do estado); e a paulista (no Norte e Noroes te paranaense).

“A presença paulista na região Noroeste foi um fator determinante para a popularização dos ti mes de São Paulo. Nós recebemos empresas e lideranças paulistas. Nos identificamos com a cultura, com o jeito de falar. Den tro destes elementos culturais também estão os times de futebol”, explicou.

O palmeirense Felipe Botion concorda com a tese. Ele conta que torce pelo Palmeiras desde criança, mas que a paixão pelo time paulista tomou conta lá por 1998, quando a equipe estava ga nhan do todas as competições.

Já a história do são-paulino Car los Emori é de uma família dividida entre vários times – paixão que começou quando o avô comprou jogos de futebol de botão de vários times diferentes. Um para cada filho. Con tudo, ne nhum kit do brinquedo era vendido com o brasão dos clubes do Pa raná. “Apren di a torcer com o meu pai”, disse.

Sobre a birra do pessoal do in te rior com os times de Curi tiba, Bo tion e Emori compartilham da se guinte opinião: não é que os tor cedores de Maringá e região desprezem os times da capital. O que existe é apenas indiferença. “Acho que eles [curi tibanos] odeiam mais a gente de que nós odiamos eles”, brincou Botion.

Como qualquer reduto paulista, Maringá não poderia ficar sem os loucos pelo Corinthians. A cidade até conta uma torcida organizada do Timão: a Fiel Ma ringá, que tem página na internet e sempre organiza excursões para ver o clube jogando. Mateus de Oliveira, 16 anos, é corintiano roxo e pé ver me lho. Apren deu a torcer pelo Corin thians graças ao pai. “Se tiver um time paranaense para torcer, tem de ser da cidade. Com os times da capital eu não me identifico.”

Hélio Strassacapa e Marcus Ayres, da Gazeta Maringá

Inerte, FPF espera fortalecer clubes

A Federação Paranaense de Fu tebol (FPF) até quer ajudar os times de Curitiba a ganhar musculatura dentro do estado, mas ainda não esboçou um plano de ação. As iniciativas são isoladas. De acordo com Hélio Cury, presidente da entidade, o fato de o regulamento do próximo Estadual prever que Atlético, Coritiba e Paraná tenham necessariamente de jogar ao me nos uma vez nas oito cidades do interior com representantes na Sé rie A, é um indicativo de que a FPF não está de braços cruzados. “Isso não acontecia há muito tempo. Ao diminuirmos de 16 para 12 participantes, pretendemos fortalecer os clubes, que passarão a receber mais dinheiro da televisão. Assim, terão mais condições de se destacar e conquistar os torcedores”, afirma. (CEV)

Os motivos para a cizânia são muitos. Coordenador do núcleo de futebol e sociedade da Uni ver sidade Federal do Paraná (UFPR), vinculado ao departamento de História, Luiz Carlos Ribeiro relaciona dois: a formação populacional do Paraná e a apatia técnica dos times locais. “Regiões como o Sudoeste e o Norte foram colonizadas por paulistas, gaúchos e mineiros, e até hoje mantêm fortes laços culturais com a terra de origem. Isso, somado ao fato de que os times daqui não são referência nem mesmo regional, explica a fuga de torcedores”, comenta o professor. “Mas é claro que dá para ser revertido”, emenda.

É nessa possibilidade de revi ra volta que o trio se apega. A ma ratona, porém, começou a passos lentos. Apenas o Atlético tem um plano de atuação consolidado. O clube pretende usar as viagens ao interior durante o Estadual-11 para ganhar o coração das crianças, o público-alvo. “São eles que podem mudar de time. E, de quebra, fazer com que pais, avós e padrinhos se tornem simpatizantes. Nenhum pai é capaz de ser contra a paixão do filho”, revela Verardi, que conta na empreitada com a ajuda de cerca de 50 embaixadas e outras 50 escolinhas do Furacão, espalhadas não só pelo Paraná. “Vamos levar os ídolos para perto das comunidades, seja em sessões de autógrafos ou bate-papos”, diz.

Já o Coritiba planeja usar a recente experiência em Joinville (SC), casa provisória enquanto o clube cumpria pena imposta pela Justiça Desportiva, para ganhar espaço. “Vamos repetir as mesmas ações de marketing na tentativa de criar um sentimento de ‘paranismo’”, conta Vilson Ribeiro de Andrade, vice-presidente alviverde, sem detalhar a estratégia. “Mas uma coisa é certa: torcida só cresce com vitória”, acrescenta.

O Paraná, por sua vez, caminha em outra direção. O clube não quer concorrer com paulistas e gaúchos. Pretende, sim, “ser adotado como o segundo time do coração” dos interioranos, explica Luiz Carlos Casagrande, mais conhecido como Casinha, gerente social e de marketing do Tricolor.

Articulações para atingir fãs como Flávio José do Prado Rodri gues, 28 anos. O comerciante nas ceu em Ivaiporã (Norte Cen tral), mas mora em São José dos Pi nhais, na Região Metropolitana de Curitiba, há duas décadas. É vascaíno fanático, apesar de nunca ter pisado em São Januário ou no Maracanã. “Assistia ao time campeão brasileiro de 89 pela televisão e me apaixonei”, revela, externando o sentimento de milhões de paranaenses.

Terceiro levantamento reforça perfil forasteiro

Essa é a terceira vez que a Paraná Pesquisas, a pedido da Gazeta do Povo, vai a campo para detalhar as paixões futebolísticas dos paranaenses. Em 2005, ano de es treia, o instituto restringiu a aná lise a Curitiba. O levantamento mostrou que o Atlético detinha a maior torcida da capital, com 26,8%. Em seguida, em empate técnico, apareceu os que se declararam não ter simpatia por nenhum clube (26,5%). Cori tiba (19,6%) e Paraná (10%) fe charam o grupo.

Mais recentemente, em 2008, a enquete foi feita com 101.981 moradores de 68 cidades do estado. A pesquisa comprovou o perfil forasteiro do estado, cravando o Corinthians como o clube preferido do Paraná. O Timão recebeu 12,5% das indicações, seguido de Atlético (9,6%), Palmeiras (7,6%), Coritiba (7,5%), São Paulo (6,5%) e Flamengo (6,2%) – 3,2% responderam ser paranistas. Na ocasião o número de indiferentes era de 35,2%.

Parcela da população que saltou para 48,3% no levantamento atual. A metodologia, porém, foi um pouco diferente desta vez. A Paraná Pesquisas quis saber para “qual time de futebol da cidade de Curitiba” o paranaense torce ou simpatiza. Ou seja, o porcentual de “nenhum” foi encorpado por torcedores de equipes de outros estados. Foram ouvidos 16.025 habitantes, maiores de 16 anos, em 165 municípios, durante os meses de agosto a outubro. A margem de erro varia entre 1% e 2,5%, dependendo da região do estado.

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